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INPA FAZ CAMPANHA PARA COLETAR ÓLEO DE COZINHA USADO PARA SER TRANSFORMADO EM SABÃO

Foto: Genoveva Azevedo/Inpa

21/05/2018

O material arrecadado será enviado ao Instituto Água, Floresta e Vida que dará prosseguimento no processo de reciclagem do óleo

Você sabia que o óleo de cozinha pode ser transformado em sabão? Este é o objetivo da campanha lançada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), por meio do Laboratório de Psicologia e Educação Ambiental (Lapsea), de coletar o óleo de cozinha usado e transformá-lo em sabão e derivados para posteriormente ser utilizado.

O óleo residual de frituras é um grande vilão para o ambiente. Quando jogado no ralo da pia, nos vasos sanitários ou descartado no lixo comum contamina o meio ambiente. O despejo inadequado contribui para a poluição das águas, do solo e até mesmo da atmosfera. Neste sentido, o Inpa ajudará na coleta dos resíduos e encaminhamento para reciclagem.

“A coleta de óleo é ao mesmo tempo uma ação de responsabilidade ambiental e um lembrete para que se restrinja cada vez mais o uso de frituras na alimentação”, explica uma das coordenadoras da campanha, a tecnologista Genoveva Azevedo.

Essa prática não traz somente prejuízos ambientais, mas também econômicos, além de contribuir com a proliferação de doenças. O óleo usado fica incrustado nos canos e vai atraindo pragas que podem causar várias doenças, além de obstruir a passagem das águas pluviais. Para reverter há grandes gastos tanto de manutenção da rede de esgoto, como no tratamento para que a água possa ser despejada de forma correta nos mananciais.
  
“Menos frituras, menos poluição, mais saúde”, lembra Azevedo, ao conclamar a população para que seja um agente propagador de boas práticas. “Aja e estimule condutas pró-ambientais de cuidado e corresponsabilidade na proteção de nossos recursos hídricos. Informe seus familiares, amigos, vizinhos. Divulguem em condomínios, restaurantes, lanchonetes e escolas”, diz a tecnologista.

Para quem quiser doar, pode levar o óleo em um recipiente até a portaria do Bosque da Ciência do Inpa, situado na rua Bem-te-vi, s/nº - Petrópolis (próximo da avenida André Araújo,e bola do Coroado). O material arrecadado será enviado ao Instituto Água, Floresta e Vida, uma organização privada sem fins lucrativos que exerce atividades de projeto socioambiental educacional em Manaus, parceira na campanha.

Mais informações podem ser obtidas no Lapsea ou pelos telefones 3643-3361 (Genoveva), 3643-3145 (Adriana), 3643-3290 (Fernanda) no horário comercial.

Como fazer para coletar o óleo usado:

1. Espere o óleo esfriar.

2. Armazene em uma garrafa Pet.

3. Leve ao local de coleta, que é a Portaria do Bosque da Ciência do Inpa, em Manaus.

Reprodução

CIENTISTAS DOCUMENTAM CORAIS EM ÁREA DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Crédito: DefesaNet

18/04/2018

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil  

Uma equipe de cientistas a bordo do navio Esperanza, da organização não governamental Greenpeace, documentou a existência de um banco de rodolitos – parte dos chamados Corais da Amazônia – na área onde a empresa francesa Total planeja explorar petróleo, a 120 km da costa norte do Brasil. Na avaliação do Greenpeace, a descoberta prova a existência de uma formação recifal na área e invalida o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Total, que afirma que a formação mais próxima estaria a oito quilômetros de distância de um dos blocos de exploração.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável por conceder a licença para a exploração, disse que o estudo apresentado pela empresa está em análise pela sua equipe técnica da Diretoria de Licenciamento Ambiental e que o instituto “teve conhecimento pela imprensa das informações divulgadas pelo Greenpeace, mas até o momento não recebeu os dados oficialmente”. A empresa Total informou que não comentará o assunto.

O Greenpeace protocolou ontem (17) na Procuradoria-Geral da República (PGR) a documentação comprovando a existência do banco de rodolitos – algas calcárias que formam o habitat para peixes e outras espécies do recife. A PGR deve encaminhar as informações a todos os órgãos envolvidos no processo de licenciamento ambiental da Total.

“Agora que sabemos que os Corais da Amazônia se sobrepõem ao perímetro dos blocos da Total, não há outra opção para o governo brasileiro que não negar a licença da empresa para explorar petróleo na região”, disse Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace, que integra a expedição em curso, que deve ser finalizada em 22 de maio. O navio percorrerá o setor norte dos corais, localizado na costa do Amapá e da Guiana Francesa.

Durante a primeira expedição de cientistas à região no ano passado, antes da descoberta dos rodolitos especificamente no bloco da Total, Thiago Almeida já alertava para o perigo da perfuração e exploração na região pelo risco de derramamento de petróleo, o que comprometeria os Corais da Amazônia, que configuram um novo bioma, único no mundo devido as características em que se desenvolveu – em água turva e barrenta.

“Descobrir que os Corais da Amazônia se estendem além das nossas estimativas anteriores foi um dos momentos mais emocionantes da minha pesquisa sobre esse ecossistema. Quanto mais pesquisamos sobre o recife, mais informações valiosas encontramos. Mas ainda sabemos muito pouco sobre esse novo ecossistema fascinante e o que sabemos até agora indica que qualquer atividade de perfuração de petróleo pode prejudicar seriamente esse bioma único”, disse Fabiano Thompson, oceanógrafo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Baseado em imagens do recife feitas em janeiro de 2017 durante a primeira expedição, o estudo estima que a extensão dos Corais da Amazônia seja de 56.000 quilômetros quadrados (km2). A pesquisa também indicou que, devido à sua extensão, o recife pode ser um corredor de biodiversidade marinha ligando o oceano Atlântico Sul ao Caribe, com uma sobreposição da fauna de ambos os lugares.

Fonte: Agência Brasil


TURISMO SUSTENTÁVEL É ATRAÇÃO NA AMAZÔNIA



18/04/2018

Thalita Ribeiro
Do Rota de Férias

Conhecer a cultura local, imergir na natureza e contribuir para o cuidado com o meio ambiente são características presentes no turismo sustentável. O hotel Jumas Amazon Lodge, localizado na cidade de Autazes, a cerca de 100 quilômetros de Manaus, é um dos estabelecimentos brasileiros que atuam nesse sentido para preservar a floresta e atrair hóspedes ligados em causas do gênero.

Estrutura e atividades no turismo sustentável

O Lodge conta com 21 bangalôs que resgatam a arquitetura dos ribeirinhas – povos que residem próximos a rios e têm a pesca artesanal como principal atividade de sobrevivência. Os quartos do Juma foram construídos sobre palafitas de 15 metros, em madeira, com cobertura de palha. Varandas deixam o ambiente naturalmente mais fresco, além de proporcionarem ampla vista para a natureza exuberante da Amazônia. A ideia é fazer o hóspede se sentir em uma luxuosa casa de árvore.

Acomodações do hotel – varanda com ampla entrada de ar e luz - Divulgação

No que se refere ao turismo sustentável, a rede de água que abastece os bangalôs é aquecida por painéis solares fotovoltaicos, responsáveis por converter a luz do sol em energia elétrica. A estrutura do hotel conta ainda com uma estação de esgoto própria, que foca na separação de resíduos – itens recicláveis e o que serve de adubagem para as plantas na região do estabelecimento.

A valorização da mãe de obra local é outro fator do turismo sustentável presente no hotel. Frutos locais, como cupuaçu, graviola, açaí, ingá e taperebá são usados na culinária. Para o almoço e o jantar, peixes frescos assados, como o tambaqui, tucunaré, dourado, matrinxã ou pirarucu, são servidos aos visitantes.

Projetos

O Juma Amazon Lodge mantém parceria com os biólogos Paulo José Sawaya e Carlos Eduardo Portes em um projeto que oferece uma imersão na vida da floresta a estudantes brasileiros e estrangeiros. Nele, os jovens participam de uma série de atividades que permitem interagir com o meio-ambiente e o povo da Amazônia, ribeirinhos e indígenas.

Grupo em passeio pela floresta - Divulgação

Observar pássaros na floresta, nadar com botos ou focar jacarés são algumas das experiências previstas. No programa, os estudantes conhecem a cultura e dançam com uma tribo indígena da etnia Dessana. A tribo fala a língua tucana e vive às margens do Rio Negro, em uma reserva pequena, próxima a Manaus.

Eles sobrevivem do turismo e do artesanato, e o hotel também promove outras ações com a comunidade local, como palestras educacionais e doação de livros.

FÓRUM FUNDO AMAZÔNIA – NEGÓCIOS DE IMPACTO SOCIOAMBIENTAL NA AMAZÔNIA



16/03/2018  

O mundo dos negócios de impacto socioambiental na Amazônia é enorme, e já atrai grandes empresas da indústria e do comércio (Natura, Coca-Cola, Ambev, Pão de Açúcar, Wickbold etc.) que compram insumos naturais da sociobiodiversidade da floresta amazônica para agregar valor a seus produtos e serviços.

Porém, ainda há grande potencial para empreendimentos em setores como os de superalimentos, pecuária sustentável, pesca, madeira, cosméticos e fármacos. E há investidores privados (corporativos e do mercado financeiro) dispostos a aplicar recursos em negócios de impacto social na Amazônia, mas que nem sempre sabem a melhor forma de se fazer isso.

Para mapear essas oportunidades e encontrar soluções e arranjos inovadores para incrementar a cadeia produtiva da floresta, o Fundo Amazônia – administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente – realiza nessa sexta-feira (16/3), em São Paulo, o Fórum Negócios de Impacto Socioambiental na Amazônia, no Hotel Gran Estanplaza Berrini (Rua Arizona, 1517 – Brooklin), de 8h às 17h.

O Fórum irá reunir representantes de negócios locais, empresas, organizações com projetos apoiados pelo Fundo Amazônia, fundos de investimentos e de fundações corporativas, do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O evento será dividido em três módulos: “Casos de negócios de impacto socioambiental”; “Gargalos, dificuldades e desafios para os negócios de impacto socioambiental”; e “Veículos de Investimentos e Instrumentos Financeiros”.

Ao longo de seus 10 anos de existência, o Fundo Amazônia vem comprovando que o desenvolvimento econômico da cadeia produtiva nativa, com geração de renda e de novos negócios com base no uso sustentável dos recursos naturais, é um forte aliado da preservação da floresta amazônica e contribui decisivamente para a redução do desmatamento ilegal. Por isso, vem buscando novas formas de fortalecer o empreendedorismo local focado na exploração dos produtos da sociobiodiversidade ambiental da Amazônia.

Desde sua criação, em 2008, o Fundo Amazônia já recebeu doações de cerca de R$ 3,2 bilhões, dos quais quase R$ 1,6 bilhões já estão destinados a projetos aprovados. A maior parte das doações veio da Noruega (93,3%), seguida pro Alemanha (6,2%) e Petrobras (0,5%).

A programação do evento está disponível em: https://goo.gl/teUZcJ.

Fonte: Envolverde

PESQUISADOR DO AMAPÁ É HOMENAGEADO COM NOME EM NOVA ESPÉCIE DE INSETO

Foto: Divulgação / EMBRAPA

17/02/2018

Adaime estuda moscas-das-frutas e parasitoides há mais de dez anos

As identidades de duas novas espécies de parasitoides de moscas-das-frutas no Brasil foram reveladas em um artigo publicado pelo professor e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias do Amapá (Embrapa-AP) Ricardo Adaime, na revista científica Zootaxa da Nova Zelândia. As duas novas espécies foram denominadas Doryctobracon adaimei e Doryctobracon whartoni.

Doryctobracon adaimei foi designada em homenagem ao agrônomo que a descobriu, pelos estudos conduzidos há mais de dez anos com moscas-das-frutas e parasitoides na região Norte. Ele publicou juntamente com os pesquisadores Walkymário Lemos, da Embrapa Amazônia Oriental – Pará e Roberto Antônio Zucchi, da Universidade de São Paulo, o livro “Moscas-das-frutas na Amazônia brasileira: diversidade, hospedeiros e inimigos naturais”, resultante de pesquisas realizadas no âmbito da “Rede Amazônica de Pesquisa sobre Moscas-das-frutas”, projeto financiado pela Embrapa.

De acordo com Adaime, as duas espécies de parasitoides foram obtidas de frutos de Geissospermum argenteum (espécie vegetal silvestre conhecida popularmente como “quina”), coletados em municípios do Amapá. As espécies apresentavam características morfológicas diferentes das que já apareceram na América do Sul. Por isso, foram enviadas ao professor e  taxonomista da USP Roberto Antônio Zucchi, para correta identificação e descrição das novas espécies.

“O parasitoide Doryctobracon adaimei tem sido a espécie mais abundante nas amostras de ‘quina’ coletadas no Amapá e apresenta percentual de parasitismo significativo, já constatado em campo. Agora, queremos ver se ele se adapta em condições de laboratório, para estudarmos sua biologia”, explica Ricardo Adaime.

A outra espécie descrita, Doryctobracon whartoni, foi designada em homenagem a Robert Wharton, atualmente em atividade nos Estados Unidos, pela sua contribuição à taxonomia dos braconídeos parasitoides de moscas-das-frutas. O trabalho científico publicado recentemente, que contém a detalhada descrição morfológica e o estudo de biologia molecular das duas novas espécies de parasitoides.

PAPA FRANCISCO LEVANTA DEBATE SOBRE MEIO AMBIENTE NO PERU

Região visitada pelo papa sofre com o desmatamento e a mineração ilegal (Foto: Flickr)

23/01/2018

Papa visitou a Amazônia peruana no fim de semana e conversou com indígenas sobre a importância de preservar o meio ambiente

O Papa Francisco desembarcou na Amazônia peruana no último fim de semana para falar da defesa da terra com milhares de indígenas, em um espaço que sofre constantemente com desmatamento e mineração ilegal. No Chile, ao longo da última semana, o pontífice já havia se encontrado com integrantes da tribo Mapuche e destacado os laços entre o meio ambiente e os povos indígenas.

Logo em sua chegada, o papa foi recebido com gritos de “Francis, Francis, você é agora amazônico”. Em seu primeiro evento oficial, a bordo do papamóvel, ele dirigiu-se a uma multidão indígena do Peru e países vizinhos, e falou sobre problemas ambientais que a Amazônia tem enfrentado, incluindo agronegócio, mineração, exploração madeireira e a perfuração de petróleo e gás.

“Nós temos que romper com o paradigma histórico que vê a Amazônia como uma fonte inesgotável de suprimentos para outros países, sem preocupação para seus habitantes. A defesa da Terra não tem outro objetivo que não a defesa da vida. Há que definir limites para ajudar a nos preservar de todos os planos para uma destruição maciça do habitat que nos torna quem somos”, apontou o pontífice, durante um discurso de 20 minutos.

A visita do papa se baseia em seu tratado inovador sobre o meio ambiente: a encíclica de Laudato Si (2015), que orienta fiéis e clérigos sobre as questões ambientais fundamentais. Além disso, a viagem pelos países sul-americanos também serve como planejamento para uma conferência de bispos da Bacia Amazônica, convocada para outubro de 2019. O Papa Francisco, porém, não entrou em assuntos como demarcação territorial ou títulos de propriedade.

“A Amazônia é nossa casa, mas também são os pulmões do mundo. Temos que trabalhar muito mais para parar o desmatamento. Há planos para a soja. Você pode imaginar o que isso fará? Seria devastador”, apontou o reverendo Juan Elias, um sacerdote da selva da Bolívia, em Pando, falando também das intenções do agronegócio com a expansão da Soja.

Indígenas brasileiros

Angelton Arara, do povo indígena brasileiro Arara do Pará, fazia parte da delegação que representava 32 povos indígenas do Brasil, que viajaram ao Peru para apresentar as suas queixas ao papa.

“A igreja tem que fazer com que nossos governos vejam que suas políticas estão destruindo o meio ambiente e nós com isso. Queremos mais apoio da igreja, e queremos que nossos governos sigam o que a igreja diz. Não podemos mais falar. Precisa haver uma ação real, porque estamos sendo mortos enquanto esperamos”, explicou o indígena.

Apenas em 2016, mais de 100 indígenas foram mortos no Brasil, segundo o Conselho Missionário Indígena. Em setembro de 2017, 10 pessoas de um grupo que vive em isolamento voluntário perto da fronteira com o Peru foram assassinadas.

Segundo o papa, os indígenas que vivem em isolamento são os mais vulneráveis, e não devem ser considerados um “tipo de museu de um modo de vida passado”. A maior parte das pessoas que vivem em isolamento voluntário é encontrada na fronteira entre Peru e Brasil.

Mineração ilegal

O diretor do World Wildlife Fund para o clima e energia, Manuel Pulgar-Vidal, que foi ministro do Meio Ambiente do Peru por quase cinco anos, espera que os depoimentos indígenas ajudem a fundamentar a encíclica em questões cotidianas. Além disso, Pulgar-Vida disse que Puerto Maldonado e a floresta amazônica do sudeste da Amazônica oferecem exemplos trágicos sobre a visão do papa.

“É preciso que os sacerdotes sejam capazes não só de falar sobre o meio ambiente, mas de ancorar em problemas reais. Isso não foi feito, e é por isso que a mensagem [da encíclica] não teve o impacto que deveria ter”, apontou Pulgar-Vidal.

Em 2016, o Peru perdeu quase 407 mil hectares de floresta tropical, 5,2% a maios do que em 2015. Entre 2001 e 2016, o país perdeu aproximadamente 4,9 milhões de acres por causa do desmatamento causado pela agricultura, construção de estradas e mineração ilegal. Madre de Dios, o estado no qual Puerto Maldonado é a capital, perdeu mais de 42 mil acres de floresta em 2016.

A mineração ilegal de ouro é a principal responsável pelo desmatamento das florestas em Madre de Dios, causando a contaminação do solo, da água e do ar devido ao uso de produtos tóxicos, como o mercúrio, que é utilizado para extrair ouro do rio. Já quando a mineração ocorre em terra, normalmente o local fica estéril, com poucas plantas retornando depois que os mineradores movimentam.

Mesmo não tendo minas de ouro em larga escala, Madre de Dios produziu 12 toneladas de ouro nos primeiros 11 meses de 2017, segundo o ministério de Minas e Energias, representando pouco mais de 9% da produção de ouro no Peru, que é o sexto maior produtor do minério do mundo. Em 2017, o governo destruiu 284 campos de mineração ilegais, sendo a maioria em Madre de Dios.

“Existe outro assalto devastador a vida ligada a esta contaminação ambiental favorecida pela mineração ilegal. Estou falando de tráfico de seres humanos: trabalho escravo e abuso sexual”, apontou o Papa Francisco. Ainda em 2017, o governo peruano lançou dezenas de investigações criminais ligadas à mineração ilegal, inclusive de tráfico de humanos.

Essa Fanta é Guaraná: Coca-Cola Brasil lança primeiro refrigerante com certificação 100% Amazonas



05/01/2018, publicado em  07/06/2017

Tem novidade na família Fanta. A segunda maior marca da Coca-Cola Brasil lança Fanta Guaraná, o primeiro refrigerante que já chega ao mercado com certificação da origem do guaraná 100% Amazonas. O objetivo da empresa ao incluir guaraná nas opções de Fanta é atrair mais consumidores do mercado de sabores.

O portfólio de guaranás da Coca-Cola Brasil possui oito marcas que atendem diferentes demandas e camadas. Juntos, ocupam a segunda posição do segmento de guaraná, que por si só representa 50% dos refrigerantes de sabores.

“Nossa meta é tornar líder a marca Fanta. Depois de um quinquênio com foco no patrocínio à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos por meio da ativação da marca Coca-Cola, anunciamos em 2017 um investimento do Sistema de R$ 3,2 bilhões – e podemos afirmar que Fanta recebeu uma significativa fatia desse valor”, conta Flavio Camelier, vice-presidente de Operações da Coca-Cola Brasil.

Até 15 de junho nas gôndolas de todo o país, a bebida se insere na operação de Fanta em distribuição e capilaridade, e estará disponível em todas as opções de embalagem, inclusive retornáveis. A versão zero de Fanta Guaraná chegará ao mercado em setembro.

“Fanta Guaraná chega para ocupar um lugar-chave no nosso negócio ao aliar a marca número um de sabores da Coca-Cola Brasil, especialista em jovens e de abrangência nacional, ao sabor típico do nosso país e querido pelos brasileiros”, completa Javier Rodriguez, vice-presidente de Marketing da empresa.

Grande parte das sementes de guaraná vem de pequenos produtores do Amazonas

Com o lançamento de Fanta Guaraná, a empresa consolida um portfólio de guaranás que inclui, além de Fanta, o guaraná Kuat, as marcas regionais Taí, Simba, Charrua, Tuchaua versões claro e escuro e posicionamento premium com Guaraná Jesus em mercados como São Paulo, por exemplo. O guaraná de todos esses produtos é 100% proveniente do Amazonas.

Fanta Guaraná também participa, com os demais refrigerantes Coca-Cola Brasil, da plataforma Leva Essa – que aponta ao consumidor o produto com menor preço nos pontos de venda.

Guaraná Certificado

Fanta Guaraná é 100% Amazonas. Todo volume comprado de 237 produtores do estado foi investigado por uma fonte independente e de referência, a Imaflora, que avaliou todos os elos do processo, atestando que a matéria-prima é regional.

Além disso, com o programa Olhos da Floresta, apoiamos os agricultores familiares locais na introdução da cultura do guaraná por meio de sistemas agroflorestais (SAFs). A partir de 2018, já garantimos a compra das primeiras safras de guaraná por esses sistemas.

Para saber mais sobre o lançamento, leia aqui a entrevista de Cristina Ferraz, gerente de marketing de Fanta, e Katielle Haffner, gerente de marketing para os guaranás da Coca-Cola Brasil.

Sobre a Coca-Cola Brasil

O Sistema Coca-Cola Brasil é o maior produtor de bebidas não alcoólicas do país e atua em nove segmentos — água, café, chás, refrigerantes, néctares, sucos, lácteos, bebidas esportivas e à base de proteína vegetal — com uma linha de mais de 152 produtos, entre sabores regulares e versões zero ou de baixa caloria. Composto por nove grupos parceiros de fabricantes, o Sistema emprega diretamente 62,6 mil funcionários, gerando cerca de 600 mil empregos indiretos. Em 2017, serão investidos R$ 3,2 bilhões, 10% acima da média dos últimos cinco anos. O Sistema Coca-Cola Brasil está empenhado em incentivar iniciativas que melhorem o desenvolvimento econômico e social das comunidades em que opera. Para isso, conta com uma plataforma de valor compartilhado, o Coletivo Coca-Cola, que já impactou a vida de mais de 130 mil pessoas por meio de toda a cadeia de valor da empresa.



ECONOMIA E CONSERVAÇÃO NA AMAZÔNIA

Amazônia: equilíbrio climático - Gilberto Soares/MMA

01/11/2017

ESPECIAL// Ações de fiscalização e desenvolvimento na região serão apresentadas pelo Brasil na Conferência do Clima, em novembro.

LUCAS TOLENTINO

Mais de 4 milhões de km² de Floresta Amazônica contribuem para o equilíbrio do sistema climático global. A área supera em mais de 10 vezes o tamanho de um país como a Alemanha e, pela sua importância, será tema central da atuação brasileira na Conferência do Clima, a COP 23, que começa na próxima segunda-feira (06/11) na cidade alemã de Bonn. A última matéria da série sobre a o Brasil na COP 23 aborda o potencial da floresta e as ações do governo federal para a conservação do bioma.

A queda no desmatamento resulta das medidas voltadas para a Amazônia. A redução foi de 16% entre agosto de 2016 e julho de 2017, em relação ao período imediatamente anterior. Esse é o intervalo de tempo usado para a medição do corte raso no bioma. “Conseguimos reverter a curva de desmatamento em decorrência da recomposição do orçamento dos órgãos de fiscalização”, analisa o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.

Medidas capazes de impulsionar o desenvolvimento sustentável na região estão, agora, entre as prioridades do ministério. “O ideal é valorizar o bem ambiental de forma que a floresta em pé tenha maior valor do que a floresta derrubada”, afirma o ministro. Nesse sentido, Sarney Filho explicou que o país enfatizará, em Bonn, a necessidade de avanços nos mecanismos de pagamentos por serviços ambientais.

Em ambiente doméstico, o incentivo a uma economia florestal é um dos focos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, o PPCDAm. Iniciada em 2016, a quarta fase do plano traz um eixo destinado a criar instrumentos normativos e econômicos para o setor produtivo sustentável. As linhas de ação incluem a ampliação de acesso ao crédito para as atividades de manejo florestal e a elaboração de acordos setoriais para combater o desmatamento.

ESPAÇO BRASIL

As políticas de conservação da Amazônia e dos demais biomas brasileiros integram a pauta de debates do Espaço Brasil na COP 23, uma área que será montada pelo governo federal na Conferência. O local abrigará extensa programação de discussões ao longo das duas semanas de realização da COP 23. O objetivo é envolver setor público, iniciativa privada, sociedade civil e academia nas diversas nos temas ligados à agenda climática.

A integração permitirá que o país cumpra sua meta no contexto do Acordo de Paris. Em relação ao papel da Amazônia nesse processo, o diretor de Florestas e Combate ao Desmatamento do MMA, Jair Schmitt, explica que todas as ações do departamento levam em conta a meta brasileira, conhecida como NDC no jargão técnico internacional. “A NDC do Brasil sinaliza o fortalecimento do Código Florestal, a recuperação da vegetação, a intolerância ao desmatamento ilegal e a promoção da economia florestal de base sustentável”, afirma.

POVOS TRADICIONAIS

Parque Estadual Chandless, reserva de proteção integral no Acre 
(Foto: Arquivo Arpa)

Os direitos e conhecimentos dos indígenas e dos povos tradicionais são respeitados nas ações de redução do desmatamento na Amazônia. A forma como isso ocorre é apresentada no Sumário de Salvaguardas. O MMA recebe, atualmente, contribuições à segunda edição do relatório, que deverá ser finalizado e entregue à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) até o fim do ano. Para participar, é necessário enviar a planilha de contribuições para reddbrasil@mma.gov.br até 15 de novembro.

O documento apresentará informações sobre a implementação das salvaguardas no andamento do PPCDAm e do Fundo Amazônia no período de 2011 a 2015. Essas salvaguardas garantem, para fins de investimentos financeiros, que aspectos como proteção dos direitos dos povos indígenas, participação social e preservação de ecossistemas naturais estão sendo respeitadas nas ações de redução de emissões provenientes do desmatamento e da degradação florestal, conceito conhecido como REDD+.

SAIBA MAIS

Entre 6 e 17 de novembro, será realizada a vigésima terceira edição da Conferência das Partes (COP 23), também conhecida como Conferência do Clima. O evento reunirá representantes dos mais de 190 países signatários da Convenção da ONU sobre mudança do clima em Bonn, na Alemanha. Apesar de ocorrer no país europeu, a Conferência será presidida pela República das Ilhas Fiji, um pequeno país insular no Pacífico que corre riscos por conta do aumento dos níveis do oceano.

O Acordo de Paris é um esforço mundial para conter o aquecimento global. O pacto foi concluído em 2015, na COP 21, e tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2ºC. Nesse contexto, cada país tem uma meta específica a cumprir. A meta do Brasil é considerada uma das mais ambiciosas e propõe a redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030. Para isso, são propostas ações para o conjunto da economia.

NORUEGA ANUNCIA CORTE DE QUASE R$ 200 MI AO FUNDO DA AMAZÔNIA

Amazônia: a Noruega já destinou ao Brasil US$ 1,1 bilhão (foto/Divulgação)

23/06/2017

O Brasil deve perder cerca de 500 milhões de coroas norueguesas (R$ 196 milhões) para o Fundo da Amazônia, metade do que recebeu no ano passado

Oslo – Em plena viagem oficial do presidente Michel Temer (PMDB) para Oslo, o governo da Noruega anuncia o corte de pelo menos 50% no valor enviado para o Brasil em projetos de combate ao desmatamento.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 22, em uma reunião entre as autoridades de Oslo e o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho.

A Noruega é o maior doador ao Fundo da Amazônia e já destinou ao Brasil US$ 1,1 bilhão. Mas, para 2017, a liberação de recursos foi reexaminada. Em uma carta enviada pelos noruegueses ao governo brasileiro, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na segunda-feira, 19, o alerta já estava claro de que o dinheiro poderia secar diante das falhas do Brasil em suas políticas ambientais.

Questionado se poderia garantir que a taxa de desmatamento seria reduzida para o futuro, Sarney Filho disse que “apenas Deus poderia garantir isso”.

“Mas eu posso garantir que todas as medidas para reduzir o desmatamento foram tomadas, e a esperança é de que ele diminua”, afirmou o ministro brasileiro.

Sarney Filho ainda culpou o governo de Dilma Rousseff (PT) pelo desmatamento.

“O ministro norueguês é bem informado e sabe que (o aumento do desmatamento) é fruto do governo passado e do corte de orçamento nos órgãos de fiscalização”, disse.

Corte

No total, o Brasil deve perder cerca de 500 milhões de coroas norueguesas (R$ 196 milhões) para o Fundo da Amazônia, metade do que recebeu no ano passado.

O fundo tem como base um acordo de 2008 que diz que quando um desmatamento aumenta, o dinheiro é cortado.

“Isso vai significar um corte de metade (da parcela)”, disse o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidal Helgeser, depois de uma reunião marcada às pressas com Sarney Filho.

“Nossas contas estão baseadas nas taxas. O resultado do desmatamento é o que importa”, disse o ministro escandinavo, que afirmou estar confiante de que o problema volte a ser combatido no Brasil depois de algumas promessas do governo.

Mesmo assim, ele insistiu que uma decisão sobre o futuro da Amazônia não depende dele. “As decisões sobre as florestas brasileiras dependem do Brasil, não da Noruega”, disse.

“Estou otimista de que ministro brasileiro está fazendo o que pode para ter orçamento e leis.”

Helgeser admitiu que sabe que existe um “debate político” no Brasil sobre o futuro da preservação ambiental.

“O Brasil mostrou ao mundo que pode ser feito e eu sempre usou como exemplo”, insistiu o escandinavo, que fez questão de apontar que o dinheiro pode voltar em 2018 se o Brasil conseguir frear o desmatamento.

Desmatamento

O corte é baseado no avanço do desmatamento de 2016. Os valores, porém, serão confirmados nos próximos dois meses. De acordo com as autoridades norueguesas, esses números referentes ao dinheiro não devem sofrer grandes mudanças.

Na parcela paga no final de 2016, Oslo admite que já havia realizado um corte – mas de apenas 10%.

No total, o desmatamento chegou a 6 mil quilômetros quadrados em 2015 e 8 mil km² em 2016.

Sarney Filho tentou minimizar o corte nos recursos. “Isso já estava previsto pelos acordos e é resultado dos últimos anos”, afirmou.

Para o chefe da pasta no Brasil, o País já conseguiu recompor o orçamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e acredita que o controle vá voltar.

“A curva que estava ascendente começou a reverter. Nossa expectativa é de que o desmatamento tenha caído”, disse.

Recuo

Na segunda-feira, Temer havia vetado medidas provisórias do Congresso que permitiam reduzir áreas de preservação no Pará.

Mas não apresentou alternativas. Nesta quinta-feira, Sarney Filho indicou que não há mais garantia de que vá apresentar um projeto de lei ainda nesta semana que substitua as Medidas Provisórias 756 e 758, barradas pelo governo.

Depois do veto de Temer, ele se reuniu com a bancada do Pará no Congresso e, em um vídeo, aparenta concordar com gesto positivo com o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) de que as MPs seriam substituídas por um projeto de lei que iria no mesmo sentido de reduzir a área de proteção. Em Oslo, ele negou qualquer aprovação ao pedido do senador.

“Vamos esperar um parecer técnico. Mas isso não está pronto. O que há de concreto é que não há nada. O resto é especulação”, completou, sendo retirado por assessores.

Segundo ele, o fato de se diminuir uma área de proteção não significa que esteja incentivando o aumento do desmatamento.

Fonte: Exame.com

ESTUDO REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA AMAZÔNIA NA REGULAÇÃO DA QUÍMICA ATMOSFÉRICA



22/06/2017

Medições aéreas feitas no âmbito da campanha científica Green Ocean Amazon Experiment (GOAmazon) revelaram que a floresta amazônica emite pelo menos três vezes mais isopreno do que estimavam os cientistas. Segundo os pesquisadores, a substância interfere no balanço de gases de efeito estufa na atmosfera.

Conforme Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e coautor do estudo, a substância é considerada um dos principais precursores do ozônio na Amazônia e, de forma indireta, interfere no balanço de gases de efeito estufa. Os resultados da pesquisa foram divulgados no dia 23 de maio na revista Nature Communications.

“A descoberta explica uma série de questões antes não compreendidas, por exemplo, as altas concentrações de ozônio encontradas vento abaixo de Manaus, que não podiam ser explicadas pela ação antrópica”, disse Artaxo, coordenador do Projeto Temático “GOAmazon: interação da pluma urbana de Manaus com emissões biogênicas da Floresta Amazônica”.

As estimativas anteriores eram baseadas em medidas feitas por satélites ou em torres de até 60 metros de altura. Durante a campanha científica GOAmazon, porém, foi possível obter novos dados com o avião de pesquisa Gulfstream-1, que pertence ao Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), dos Estados Unidos, e atinge até 6 mil metros de altitude.

As medições com a aeronave foram feitas nos anos de 2014 e 2015 – tanto na estação chuvosa como no período de seca – e foram comparadas com dados obtidos no nível do solo. “Com medidas feitas a 4 mil metros de altitude, foi possível calcular uma emissão média referente a uma área muito maior do que a considerada em trabalhos anteriores. Assim, pudemos perceber que as emissões biogênicas naturais são muito maiores do que se imaginava”, disse Artaxo.

Outra descoberta considerada pelos pesquisadores como “surpreendente” foi que as emissões de isopreno variam fortemente de acordo com a elevação do terreno – sendo maiores nas regiões mais altas. Para uma elevação de 30 metros, por exemplo, o fluxo de isopreno foi de 6 miligramas por metro quadrado por hora (mg/m2/h), enquanto para uma elevação de 100 metros foi de cerca de 14 mg/m2/h.

“A região amazônica é, de modo geral, de baixa elevação. Nas áreas sobrevoadas pelo avião, havia pequenas oscilações no terreno e pudemos notar que nas regiões mais altas as emissões eram bem maiores”, disse Artaxo.

Os pesquisadores ainda não sabem ao certo explicar o motivo dessa variação das emissões – observada tanto no período seco como no chuvoso. Duas hipóteses são apontadas no artigo e vão requerer novos experimentos para serem testadas.

Uma das possibilidades é que a população de plantas existente em áreas alagadas (mais baixas) seja diferente da encontrada em regiões de maior altitude – e o nível de emissão de isopreno varia de acordo com a espécie biológica.

Outra hipótese é que as plantas de áreas mais elevadas, por apresentarem maior dificuldade para obter água, liberariam mais isopreno em resposta a um estresse hídrico. “Embora chova muito na Amazônia, já foi mostrado que, em algumas regiões, o lençol de água desce bem abaixo do solo na estação seca. Há plantas com raízes muito profundas, capazes de coletar água a 10 ou 20 metros abaixo do nível do solo”, comentou Artaxo.

Interações atmosféricas

O isopreno é um dos compostos orgânicos voláteis (VOCs, na sigla em inglês) emitidos naturalmente pela vegetação amazônica. É uma das fontes dos aerossóis orgânicos secundários que servem de núcleo de condensação de nuvens – ajudando a regular o ciclo hidrológico na região.

Ao se decompor, o isopreno dá origem a diversos subprodutos – entre eles o radical hidroxila (OH). Essa molécula, em certas condições, quando encontra com o oxigênio atmosférico (O2), dá origem ao ozônio (O3), um dos gases responsáveis pelo efeito estufa. Em altas concentrações, o ozônio pode irritar os estômatos das plantas, que são os canais usados na troca de gases e na transpiração, dificultando a fotossíntese e a assimilação de carbono pela vegetação.

“Além disso, o radical OH controla a oxidação do metano na atmosfera, outro importante gás de efeito estufa. Dependendo da situação, o radical OH pode prolongar ou reduzir a meia-vida do metano, com implicações para o balanço de gases de efeito estufa”, explicou Artaxo.

Segundo o professor do IF-USP, a Amazônia já era considerada a maior fonte mundial de isopreno mesmo antes das novas descobertas. “Esses resultados reforçam a relevância desse ecossistema na regulação da química atmosférica tropical do planeta. Agora, precisamos incluir os resultados nos modelos climáticos globais para saber exatamente qual é o efeito climático desses novos valores de emissões.”

Iniciada em 2014, a campanha científica GOAmazon tem entre seus objetivos investigar o efeito da poluição urbana de Manaus sobre as nuvens amazônicas e avançar no conhecimento sobre os processos de formação de chuva e a dinâmica da interação entre a biosfera amazônica e a atmosfera. Com base nos achados, os pesquisadores pretendem estimar mudanças futuras no balanço radiativo, na distribuição de energia, no clima regional e seus impactos para o clima global.

O consórcio conta com financiamento do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), entre outros parceiros (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/18691).

O artigo Airborne observations reveal elevational gradient in tropical forest isoprene emissions (doi:10.1038/ncomms15541), de Dasa Gu, Paulo Artaxo, Alex Guenther Hu e outros, pode ser lido em: www.nature.com/articles/ncomms15541).

Fonte: Acrítica

Cientistas promovem simpósio para dialogar com sociedade sobre futuro da Amazônia

Cientistas debatem o futuro da Amazônia
Foto: Felipe Rosa

06/12/2016

Por meio da Rede Amazônia Sustentável (RAS), algumas das principais instituições científicas que pesquisam a região uniram forças – e dados – para organizar o Simpósio Amazônia Sustentável, no dia 6 (terça-feira), das 8 às 17h, no Hotel Grand Mercure, em Belém. O evento é coordenado por Museu Goeldi, Embrapa Amazônia Oriental, Universidade de Lancaster e Instituto de Meio Ambiente de Estocolmo, organizações que integram a RAS e é fechado, destinado a autoridades e formadores de opinião convidados.

Ao longo do dia, pesquisadores da RAS vão divulgar um resumo dos resultados de suas pesquisas mais relevantes alcançados nos últimos anos na Amazônia Oriental. Compartilhando a mesa com representantes do poder público, da sociedade civil e do setor produtivo, os cientistas pretendem aprofundar o diálogo entre ciência, sociedade e tomadores de decisão.

"Iremos apresentar as principais conclusões de um dos conjuntos de pesquisa mais abrangentes já feitos para uma região tropical de fronteira agrícola", adianta Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental e uma das coordenadoras da RAS. "Pretendemos, com o simpósio, estimular e abrir espaço para a troca de conhecimentos entre cientistas e representantes dos mais diversos setores da sociedade. Ao discutir os desafios da gestão ambiental na Amazônia e compartilhar nossas evidências científicas e percepções de campo, esperamos ajudar os tomadores de decisão a pensar medidas mais eficazes para que a economia da região caminhe de mãos dadas com a conservação, atingindo a verdadeira sustentabilidade". 

O simpósio terá cinco mesas temáticas de debate: Florestas em transformação, Sistemas Aquáticos, Regularização Ambiental, Fogo e Economia Rural. Representantes do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério Público Estadual do Pará, da Agência Nacional de Águas, do Ibama-Prevfogo, entre outros, vão compor as mesas de discussão com os cientistas. A ideia é que os resultados científicos apresentados provoquem, entre esses atores, reflexões e debates sobre possíveis caminhos de sustentabilidade nos usos da terra na Amazônia.

O Secretário Estadual do Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca do Pará, Hildegardo de Figueiredo Nunes, o Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki, e o Secretário do Programa Municípios Verdes, Justiniano Netto, também participarão das mesas.

As discussões, porém, não ficarão restritas ao palco: representantes de instituições científicas e da sociedade civil que estarão na plateia - como INPA, Imazon, Greenpeace, WWF e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém - também terão voz para dar suas contribuições. Quem abre o evento é o coordenador do Observatório do Clima e ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, que vai fazer uma reflexão sobre a sustentabilidade nos usos da terra. O fechamento fica por conta do jornalista Matthew Shirts, um dos criadores do projeto Planeta Sustentável e ex-redator chefe da revista National Geographic Brasil.

Sobre a Rede Amazônia Sustentável (RAS)

Os dados a serem apresentados no Simpósio foram produzidos por mais de 100 pesquisadores de 30 instituições do Brasil e do exterior. Em 2009, eles se uniram para formar a Rede Amazônia Sustentável (RAS), que vem avaliando as consequências ambientais e sociais das mudanças nos usos da terra no leste da Amazônia brasileira. Ao longo dos últimos sete anos, mais de 400 locais de estudo e 36 bacias hidrográficas do bioma estiveram na mira dos cientistas da RAS.

As instituições que lideram a rede são o Museu Paraense Emílio Goeldi, a Embrapa Amazônia Oriental, a Universidade de Lancaster e o Instituto de Meio Ambiente de Estocolmo. Além delas, integram a RAS o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), diversas universidades brasileiras das regiões Nordeste, Sudeste e Sudoeste, universidades estrangeiras como Boston e Manchester, entre outras.

Serviço:

Simpósio Amazônia Sustentável

Quando: 6 de dezembro, terça-feira

Onde: Hotel Grand Mercure, Belém, Pará

Horário: 8h às 17h


Fonte: Bernardo Câmara

Núcleo de Comunicação Organizacional 
Embrapa Amazônia Oriental 
amazonia-oriental.imprensa@embrapa.br 
Telefone: (91) 3204-1099

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)

Brasil reconhece que combate ao desmatamento da Amazônia está estagnado

Floresta queimada na Amazônia (Foto: Erika Berenguer)

20/11/2016 

Durante Conferência do Clima em Marrakesh, o governo diz que as taxas de desmatamento pararam de cair – e promete monitoramento no Cerrado

Durante os últimos anos, o mote do governo brasileiro em reuniões internacionais sobre meio ambiente era mostrar como o Brasil conseguiu, com sucesso, reduzir drasticamente o desmatamento. Com razão. Em dez anos, o país reduziu em 78% o desmatamento na Amazônia. Só que, recentemente, esse progresso ficou estagnado. Pior, os dados de 2015 mostram aumento no desmate.

Em evento durante a Conferência do Clima da ONU em Marrakesh, no Marrocos, o governo brasileiro reconheceu que as taxas de desmatamento pararam de cair. O secretário de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero, disse que estamos há quatro anos sem redução na derrubada de árvores na Amazônia.

"Estamos engajados no combate contínuo ao desmatamento da Amazônia, que, nos últimos quatro anos, parece ter chegado a uma planície. Não está mais caindo, como esperávamos. Nós precisamos então olhar para isso e fortalecer as medidas de comando e controle e, ao mesmo tempo, criar alternativas econômicas viáveis e sustentáveis para os 25 milhões de pessoas que vivem na região."

O secretário também disse que o governo deve lançar em breve um programa para o monitoramento do Cerrado. "Estamos comprometidos em reduzir o desmatamento também nos demais biomas brasileiros. Vamos em breve começar um sistema de monitoramento no Cerrado", disse. O Cerrado tem hoje taxas de desmate tão altas quanto os da Amazônia, e é também menos protegido pela legislação.

Lucero disse que o Brasil ampliará os esforços no combate ao desmatamento ilegal e fará programas de compensação para repor áreas desmatadas dentro da lei. Além disso, ressaltou que o Brasil se comprometeu, no Acordo de Paris, a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2020. O secretário não mencionou as críticas feitas pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que também está em Marrakesh. Maggi tem dito à imprensa que o setor agropecuário não pode se comprometer com a restauração florestal por conta do custo, que ele julga muito alto.

Apesar dos sinais de esgotamento da política atual para a Amazônia, os esforços do Brasil foram reconhecidos por ministros de vários países, como o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidar Helgesen. "O que é uma implementação bem-sucedida de política florestal? A resposta mais simples é: o que o Brasil fez", disse. Segundo ele, as medidas de monitoramento e combate ao desmatamento permitiram reduzir "massivamente" o desmate no Brasil na última década, ao mesmo tempo que melhorou a vida da população local. Helgesen defendeu que outros países incluam políticas para as florestas em seus compromissos firmados no Acordo de Paris.

* O repórter viajou a convite da Earth Journalism Network

Fonte: Época


Papa Francisco pode vir à Amazônia discutir meio ambiente

Na oportunidade, o Papa Francisco recebeu das mãos de Virgílio uma carta 
assinada em conjunto com o Arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani.
Foto: Gabriela Marino/Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano
01/11/2016

Convite foi feito, oficialmente, no Vaticano, onde foi realizado o Simpósio Internacional dos Jovens para o Desenvolvimento Sustentável

O superintendente-geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgilio Viana, entregou pessoalmente a Sua Santidade o Papa Francisco um convite para visitar a Amazônia em 2017. O histórico convite aconteceu neste domingo (30), no Vaticano, durante o 3º Simpósio da Juventude do Vaticano, realizado pela Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).

Na oportunidade, o Papa Francisco recebeu das mãos de Virgílio uma carta assinada em conjunto com o Arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani, que externa a satisfação da Arquidiocese e da cidade de Manaus em receber Sua Santidade em solo amazonense.

“A entrega foi emocionante: o Papa Francisco foi muito simpático, apertou a minha mão, ouviu e recebeu muito bem o convite. A Amazônia, o Brasil e o planeta estão precisando de um compromisso mais sério com o desenvolvimento sustentável, e a palavra do Papa será muito importante para isso”, destaca o superintendente Virgilio Viana.

O Papa também foi presenteado com a fotografia de um mural grafitado com a Sua Santidade, elaborada pelo artista amazonense Raiz Campos, e que estampa o muro da Fundação, no bairro Parque Dez, em Manaus.

Virgílio Viana está no Vaticano como coordenador para a Amazônia da Rede SDSN, no 3º Simpósio da Juventude do Vaticano, que termina nesta segunda-feira (31). Convidado pelo chanceler da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, Monsenhor Marcelo Sorondo, Viana compõe o painel que escolherá as duas melhores soluções para o desenvolvimento sustentável elaborada por 50 lideres jovens, representando mais de 30 países, de todos os continentes do mundo. Além dele, participa do evento também a representante jovem da Rede SDSN na região, Gabriela Sampaio.

Secretariada pela FAS, a SDSN-Amazônia tem apoiado diversas iniciativas voltadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Bacia Amazônica. Dentre elas estão o Programa de Desenvolvimento Integral  da Criança e do Adolescente (Dicara), que tem feito oficinas sobre a Agenda 2030 com ribeirinhos na faixa etária de sete a 17 anos, e o Repórteres da Floresta, que estimula o protagonismo juvenil com estudantes dos Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS) em cinco Unidades de Conservação (UCs) do Estado.

Encíclica Laudato Si para a Amazônia

Em setembro de 2015, a FAS e SDSN-Amazônia participaram ativamente do lançamento da Encíclica 'Laudato Si' na região. O documento, escrito pelo Papa Francisco, foi lançado na aldeia Kambeba Três Unidos, na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, com a presença do Monsenhor Marcelo Sanchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências Sociais do Vaticano, do Arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani e do presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Claudio Hummes. Na mesma semana, a Encíclica foi também apresentada à sociedade civil amazônica em evento realizado na sede da FAS.

A ‘Laudato Si’ (Louvado Seja) foi o primeiro documento da Igreja Católica que trata especificamente de questões ambientais. A carta é direcionada a todas as pessoas do planeta, independente da religião ou credo.

Fonte: Portal D24am


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