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CIENTISTAS DOCUMENTAM CORAIS EM ÁREA DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

Crédito: DefesaNet

18/04/2018

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil  

Uma equipe de cientistas a bordo do navio Esperanza, da organização não governamental Greenpeace, documentou a existência de um banco de rodolitos – parte dos chamados Corais da Amazônia – na área onde a empresa francesa Total planeja explorar petróleo, a 120 km da costa norte do Brasil. Na avaliação do Greenpeace, a descoberta prova a existência de uma formação recifal na área e invalida o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Total, que afirma que a formação mais próxima estaria a oito quilômetros de distância de um dos blocos de exploração.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável por conceder a licença para a exploração, disse que o estudo apresentado pela empresa está em análise pela sua equipe técnica da Diretoria de Licenciamento Ambiental e que o instituto “teve conhecimento pela imprensa das informações divulgadas pelo Greenpeace, mas até o momento não recebeu os dados oficialmente”. A empresa Total informou que não comentará o assunto.

O Greenpeace protocolou ontem (17) na Procuradoria-Geral da República (PGR) a documentação comprovando a existência do banco de rodolitos – algas calcárias que formam o habitat para peixes e outras espécies do recife. A PGR deve encaminhar as informações a todos os órgãos envolvidos no processo de licenciamento ambiental da Total.

“Agora que sabemos que os Corais da Amazônia se sobrepõem ao perímetro dos blocos da Total, não há outra opção para o governo brasileiro que não negar a licença da empresa para explorar petróleo na região”, disse Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace, que integra a expedição em curso, que deve ser finalizada em 22 de maio. O navio percorrerá o setor norte dos corais, localizado na costa do Amapá e da Guiana Francesa.

Durante a primeira expedição de cientistas à região no ano passado, antes da descoberta dos rodolitos especificamente no bloco da Total, Thiago Almeida já alertava para o perigo da perfuração e exploração na região pelo risco de derramamento de petróleo, o que comprometeria os Corais da Amazônia, que configuram um novo bioma, único no mundo devido as características em que se desenvolveu – em água turva e barrenta.

“Descobrir que os Corais da Amazônia se estendem além das nossas estimativas anteriores foi um dos momentos mais emocionantes da minha pesquisa sobre esse ecossistema. Quanto mais pesquisamos sobre o recife, mais informações valiosas encontramos. Mas ainda sabemos muito pouco sobre esse novo ecossistema fascinante e o que sabemos até agora indica que qualquer atividade de perfuração de petróleo pode prejudicar seriamente esse bioma único”, disse Fabiano Thompson, oceanógrafo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Baseado em imagens do recife feitas em janeiro de 2017 durante a primeira expedição, o estudo estima que a extensão dos Corais da Amazônia seja de 56.000 quilômetros quadrados (km2). A pesquisa também indicou que, devido à sua extensão, o recife pode ser um corredor de biodiversidade marinha ligando o oceano Atlântico Sul ao Caribe, com uma sobreposição da fauna de ambos os lugares.

Fonte: Agência Brasil


Uma lei para salvar os frágeis corais do Atlântico

Crédito: National Oceanic and Atmospheric Administration

17/02/2015

O Conselho que estabelece as regras para a pesca na Costa do Médio Atlântico se reunirá na quarta-feira (18) para decidir sobre a proteção dos ecossistemas frágeis e pouco conhecidos que abrigam corais de águas profundas em cerca de 15 zonas oceânicas. Grupos ambientais e pescadores esportivos têm pressionado o Conselho pela proteção desses cânions e de áreas similares, que vão do Cânion Block, perto de Nova York, ao Cânion Norfolk, na Virgínia, contra a pesca da lula. Eles também vêm fazendo lobby para ampliar as restrições à pesca em uma área muito maior.

Já os integrantes da indústria da pesca de lula se opõem às restrições mais amplas e sugeriram mais estudos e fronteiras mais limitadas em quatro dos cânions, assim como discussões mais aprofundadas sobre os outros cânions. Outro problema é que alguns dos corais também podem ser afetados pelas perfurações em busca de gás e óleo no Atlântico, depois que o presidente Barack Obama disse, no mês passado, que abriria a região para arrendamentos desse tipo. No entanto, órgãos diferentes estão envolvidos nesse processo.

Os cânions se distribuem entre Nova York e Virgínia, enquanto os arrendamentos para as perfurações seriam garantidos da Virgínia para o sul, uma área que incluiria o Cânion Norfolk e talvez parte de um outro.

Os cientistas e os pescadores conhecem os corais há pelo menos um século. Eles vivem centenas de metros sob a superfície dos oceanos e concentram comunidades diversificadas de vida. As regiões atraem todo tipo de animais marinhos em diferentes períodos do ano, incluindo as lulas.

Pesquisadores e os integrantes da indústria da pesca vêm aprendendo continuamente sobre os corais desde 1950, principalmente na última década, quando a Administração Nacional de Oceanos e da Atmosfera passou a usar submarinos e veículos operados remotamente para investigar as profundezas e capturar novas informações, imagens e vídeos.

O biólogo marinho Peter J. Auster, professor emérito da Universidade de Connecticut e principal pesquisador do Mystic Aquarium, tem estudado corais por 30 anos e conta que eles já foram encontrados em encostas íngremes de montes submarinos e em cânions cortados nas plataformas continentais. "Essas paisagens são cavalas, pâmpanos-manteiga e lulas.

A emenda inclui uma complexa variedade de cláusulas que cobrem a profundidade, o tipo de pesca e as fronteiras, mas os mais importantes itens em discussão são a proteção dos cânions e uma séries de restrições para uma zona mais ampla.

Brad Sewell, advogado sênior do programa de oceanos do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, afirma: "Se essas duas zonas de proteção forem aprovadas e efetivadas, formariam a maior área protegida da costa do Atlântico".

Os pescadores de lula dizem que as restrições prejudicariam uma indústria que tem sido responsável e sustentável. Greg DiDomenico, diretor executivo da Garden State Seafood Association, que representa as empresas de pesca comercial de Nova Jersey, explica que seu grupo apoia a proteção de corais.

"Não há como negar que essas criaturas são extremamente importantes", diz ele. Mas DiDomenico afirma que a emenda proposta não tem base em evidências consistentes. "Não sabemos exatamente o que existe lá embaixo", explica ele. DiDomenico está pedindo mais estudos, e recentemente seu grupo enviou novas propostas ao Conselho. A perspectiva de demora perturba alguns dos que advogam por uma proteção mais severa, incluindo John McMurray, praticante de pesca esportiva e membro do Conselho de pesca. O Conselho vem trabalhando nessa emenda por quase três anos, avisa ele: "Tivemos vários períodos para comentários. O público claramente quer que esses corais sejam protegidos."

Fonte: UOL


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