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PLANO DE AÇÕES PARA O RIO SÃO FRANCISCO É APROVADO DURANTE REUNIÃO DO COMITÊ GESTOR

Encontro reuniu representantes nesta terça-feira, dia 24, em Brasília.

28/04/2018

Com o objetivo de apresentar o regimento interno e as novas linhas de ações do Programa Novo Chico, o Comitê Gestor do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco se reuniu nesta terça-feira, dia 24 de abril, em Brasília. Na ocasião, também foi apresentado o relatório da Câmara Técnica do Novo Chico.

O primeiro encontro, realizado pela Casa Civil, contou com a presença do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda. “Tivemos um resultado muito positivo, pois saímos com um regimento interno aprovado e também uma linha de ação. Falta ainda a definição quanto aos recursos financeiros, mas esperamos que seja colocado em prática e, até o próximo ano, este Programa seja implementado, ou seja, esteja em execução”, afirmou o presidente do CBHSF.

O Programa Novo Chico prevê ações para os próximos dez anos (2017-2026). Segundo Anivaldo Miranda, representantes propuseram que no próximo encontro seja apresentado o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, atualizado pelo Comitê, e que possa ser visto como um grande roteiro para a revitalização do rio São Francisco.

Entre as ações executadas, o Ministério da Integração apresentou durante a reunião a conclusão de 35 sistemas de abastecimentos de água e de 21 sistemas de esgotamento sanitário na região do São Francisco, obras efetuadas por diferentes órgãos. Outras entregas foram o mapeamento, por parte do Ibama, de 2,8 mil barramentos de água e a liberação de 7,4 milhões de alevinos pela Codevasf.

Representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresentaram estimativas da conversão de multas ambientais em serviços de preservação, melhoria e recuperação do meio ambiente com potencial de aplicação que supera a marca de R$ 2 bilhões no rio São Francisco. Outra entrega do Instituto foi o mapeamento de 2,8 mil barramentos de água e a liberação de 7,4 milhões de alevinos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e do Paranaíba (Codevasf).

O colegiado do Comitê Gestor do Programa Novo Chico é composto pelos ministérios da Integração Nacional; do Meio Ambiente; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; de Minas e Energia; das Cidades; da Fazenda; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário. Ainda compõem o grupo os governos de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

O Programa

A iniciativa visa aumentar a quantidade e a qualidade de água para a população, além de garantir a preservação, conservação e o uso sustentável do rio. O Novo Chico é executado em cinco eixos. São eles: saneamento, controle de poluição e obras hídricas; proteção e uso de recursos naturais; economias sustentáveis; gestão e educação ambiental e planejamento e monitoramento. A estimativa é poder beneficiar aproximadamente 16,5 milhões de pessoas que vivem nos 505 municípios que compõem a Bacia do Rio São Francisco, direta ou indiretamente.

*Por Thaís Alves, com informações da Casa Civil, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Integração

Fonte: CBHRSF


AVANÇA REVITALIZAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Bacia Hidrográfica do São Francisco - Banco de Imagens ANA

23/12/2017

Representante do MMA apresenta em comissão na Câmara dos Deputados ações de recuperação da bacia hidrográfica do Velho Chico.

O governo federal está empenhado em promover a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, por meio de ações permanentes e integradas de preservação, conservação e recuperação ambiental, afirmou Larissa Alves da Silva Rosa, coordenadora substituta do Departamento de Revitalização de Bacias e Acesso à Água do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Ela participou, na tarde desta terça-feira (21/11), da audiência pública conjunta da Comissão Externa destinada a acompanhar a situação hídrica dos municípios de Minas Gerais e da Comissão de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, em Brasília. A sessão foi convocada pela deputada Raquel Muniz (PSD/MG) para avaliar, especificamente, a situação do rio São Francisco e contou com a participação de parlamentares e convidados.

Larissa citou o programa de revitalização do São Francisco, o Novo Chico, lançado no ano passado pelo governo federal, que busca o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais e a disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os usos múltiplos, principalmente irrigação das lavouras e consumo humano das populações locais.

O programa, segundo ela, engloba um conjunto de projetos e ações voltadas para a recuperação de áreas degradadas, preservação de nascentes, controle de processos erosivos e conservação da água e do solo e monitoramento da biodiversidade da flora e fauna nativas, entre outras medidas. “É um programa amplo que, além das ações de comando e controle, conta com iniciativas de articulação institucional com vários parceiros”, reforçou.

No momento, destacou Larissa, quatro itens do programa estão em processo bem avançado de implementação: o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) da bacia do São Francisco, medida fundamental para ordenar os diferentes usos dos recursos do rio; a fiscalização preventiva integrada, para evitar novas agressões ao ambiente; a capacitação de gestores municipais, que vão atuar fortemente na área de educação ambiental; e o Centro de Recuperação de Áreas Degradas.

CONVERSÃO DE MULTAS

Larissa disse, ainda, que as ações de revitalização devem ganhar novo impulso com a recente edição do decreto 9.179/17, que permite a conversão de multas ambientais para ações de recuperação ambiental. “Vamos usar esse instrumento para aplicar os recursos em ações de implementação do Plano Novo Chico”, adiantou a coordenadora substituta. O decreto foi editado no mês passado e já está em vigor.

Além disso, ressaltou Larissa, haverá a instalação do Comitê Gestor do Rio São Francisco e a estruturação do Programa Nacional de Bacias Hidrográficas. Junto a isso, os gestores contam com o apoio de parlamentares por meio de emendas destinadas a viabilizar ações do programa. “São várias iniciativas, cada uma numa direção que, juntas, nos fazem vislumbrar um futuro melhor para o velho Chico”, concluiu.

Participaram ainda da audiência Marcos Airton de Souza Freitas, da Agência Nacional de Águas (ANA); Silvia Freedman Ruas Durães, do Comitê de Bacia do Rio São Francisco; e Inaldo Pereira Gomes Neto, diretor da área de revitalização da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

COMO AS RAÍZES DO CERRADO LEVAM ÁGUA A TORNEIRAS DE TODAS AS REGIÕES DO BRASIL

Plantas do cerrado atuam como uma imensa esponja, recarregando aquíferos 
que abastecem rios e reservatórios - NELSON YONEDA/ICMBIO

27/03/2017

O rio São Francisco está secando, haverá cada vez menos água em Brasília e a cidade de São Paulo terá de aprender a conviver com racionamentos.

O alerta é do arqueólogo e antropólogo baiano Altair Sales Barbosa, que há quase 50 anos estuda o papel do Cerrado na regulação de grandes rios da América do Sul.

Ele diz à BBC Brasil que a rápida destruição do bioma está golpeando um dos pilares do sistema: a gigantesca rede de raízes que atua como uma esponja, ajudando a recarregar os aquíferos que levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil.

Formado em antropologia pela Universidade Católica do Chile, doutor em arqueologia pré-histórica pelo Museu de História Natural de Washington e professor aposentado da PUC-Goiás, Barbosa conta que a água que alimenta o São Francisco e as represas de São Paulo e Brasília vem de três grandes depósitos subterrâneos no Cerrado: os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí.

Os aquíferos são reabastecidos pela chuva, mas dependem da vegetação para que a água chegue lá embaixo.

Barbosa afirma que muitas plantas do Cerrado têm só um terço de sua estrutura acima da superfície e, para sobreviver num ambiente com solo oligotrófico (pobre em nutrientes), desenvolveram raízes profundas e bastante ramificadas.

"Se você arrancar uma dessas plantas, vai contar milhares ou até milhões de raízes, e quando cortar uma raiz e levá-la ao microscópio, verá inúmeras outras minirraízes que se entrelaçam com as de outras plantas, formando uma espécie de esponja."

Esse complexo sistema radicular retém água e alimenta as plantas na estação seca. Graças a ele, as árvores do Cerrado não perdem as folhas mesmo nem mesmo no auge da estiagem - diferentemente do que ocorre entre as espécies do Semiárido, por exemplo.

Barbosa conta que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas, vertendo o líquido não absorvido para lençóis freáticos no fundo. Dos lençóis freáticos a água passa para os aquíferos.

O professor diz que essa dinâmica começou a ser afetada radicalmente nos anos 1970, com a expansão da pecuária e de grandes plantações de grãos e algodão pelo Cerrado.

A nova vegetação tem raízes curtas e não consegue transportar a água para o fundo.

Pior: entre a colheita e o replantio, as terras ficam nuas, fazendo com que a água da chuva evapore antes de penetrar o solo. Em alguns pontos do Cerrado, como no entorno de Brasília, o uso de água subterrânea para a irrigação prejudica ainda mais a recarga dos aquíferos.

Em fevereiro, Brasília começou a racionar água pela primeira vez na história - e meses antes do início da temporada seca.

Migração de nascentes

Conforme os aquíferos deixaram de ser plenamente recarregados, Barbosa diz que se acelerou na região um fenômeno conhecido como migração de nascentes.

Para explicar o processo, ele recorre à imagem de uma caixa d'água com vários furos. Quando diminui o nível da caixa d'água, o líquido deixa de jorrar dos furos superiores.

Com os aquíferos ocorre o mesmo: se o nível de água cai, nascentes em áreas mais elevadas secam.

Especialista afirma que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas
ICMBIO

Ele diz ter presenciado o fenômeno num dos principais afluentes do São Francisco, o rio Grande, cuja nascente teria migrado quase 100 quilômetros a jusante desde 1970.

O mesmo se deu, segundo Barbosa, nos chapadões no oeste da Bahia e de Minas Gerais: com a retirada da cobertura vegetal, vários rios que vertiam água para o São Francisco e o Tocantins sumiram.

O professor diz que a perda de afluentes reduziu o fluxo dos rios e baixou o nível de reservatórios que abastecem cidades do Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

Em 2017, segundo a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), o número de municípios brasileiros em situação de emergência causada por longa estiagem chegou a 872, a maioria no Nordeste.

Já em São Paulo as chuvas de verão aumentaram os níveis das represas e afastaram no curto prazo o risco de racionamento. Mas Barbosa afirma que a maioria dos rios que cruza o Estado é alimentada pelo aquífero Guarani, cujo nível também vem baixando.

O aquífero abastece toda a Bacia do Paraná, que se estende do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul, englobando ainda partes da Argentina, Paraguai e Uruguai.

Fotografia do passado

Bastaria então replantar o Cerrado para garantir a recarga dos aquíferos?

A solução não é tão simples, diz o professor. Ele conta que o Cerrado é o mais antigo dos biomas atuais do planeta, tendo se originado há pelo menos 40 milhões de anos.

Segundo ele, olhar para o Cerrado é como olhar para uma fotografia do passado.

Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil aponta que 872 cidades ficaram em 
situação de emergência por causa da estiagem em 2017
RUBENS MATSUSHITA, ICMBIO

"O Cerrado já atingiu seu clímax evolutivo e precisa, para o seu desenvolvimento, de uma série de fatores que já não existem mais."

Ele exemplifica: há plantas do Cerrado que só são polinizadas por um ou outro tipo de abelhas ou vespas nativas, várias das quais foram extintas pelo uso de agrotóxicos nas lavouras. Essas plantas poderão sobreviver, mas não serão mais capazes de se reproduzir.

O Cerrado também é uma espécie de museu porque muitas de suas plantas levam séculos para se desenvolver e desempenhar plenamente suas funções ecológicas. É o caso dos buritis, uma das árvores mais famosas do bioma, que costuma brotar em brejos e cursos d'água.

Barbosa costuma dizer que, quando Cabral chegou ao Brasil, os buritis que vemos hoje estavam nascendo.

Mesmo plantas de pequeno porte costumam crescer bem lentamente. O capim barba-de-bode, por exemplo, leva mais de mil anos para atingir sua maturidade. Barbosa diz ter medido as idades das espécies com processos de datação em laboratório.

Parceria com animais

Sabe-se hoje da existência de cerca de 13 mil tipos de plantas no Cerrado, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo. Dessas espécies, segundo o professor, não mais que 200 podem ser produzidas em viveiros.

Ele conta que a ciência ainda não consegue reproduzir em laboratório as complexas interações entre os elementos do bioma, moldadas desde a era Cenozoica.

Barbosa diz, por exemplo, que muitas plantas do Cerrado têm sementes que são ativadas apenas em situações bem específicas. Algumas delas só têm a dormência quebrada quando engolidas por certos mamíferos e expostas a substâncias presentes em seus intestinos.

Há ainda sementes que precisam do fogo para germinar. Contrariando o senso comum, Barbosa diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado e podem ocorrer de duas formas.

O Cerrado tem hoje cerca de 13 mil tipos de plantas, número que o torna 
um dos biomas mais ricos do mundo
MARCELO CAMARGO, AGÊNCIA BRASIL

Uma delas se dá quando blocos de quartzo hialino, um tipo de cristal, agem como lentes que concentram a luz do sol, superaquecendo a vegetação.

A outra ocorre pela interação entre algumas plantas e animais do Cerrado, entre os quais a raposa, o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o cachorro-do-mato-vinagre.

Segundo Barbosa, esses mamíferos carregam no pelo uma carga eletromagnética que, em contato com gramíneas secas, provoca faíscas.

O professor diz que o fogo é necessário não só para ativar sementes, mas para permitir que gramíneas secas, que não têm qualquer função ecológica, sejam substituídas por plantas novas.

"Se a gramínea seca fica ali, não tem como rebrotar, então é preciso dessa lambida de fogo natural pra limpar aquele tufo."

Os incêndios também são importantes, segundo ele, para que o solo do Cerrado continue pobre - afinal, foi nesse solo que o bioma se desenvolveu.

"O fogo é paradigma para quem pensa na preservação. Se você pensa como agrônomo, o fogo é nocivo, porque acentua o oligotrofismo do solo."

Estancar os danos

Quando deixa de haver incêndios naturais, os animais e insetos nativos desaparecem e as plantas do Cerrado são derrubadas, é quase impossível reverter o estrago, diz Barbosa.

Mesmo assim, ele defende preservar toda a vegetação remanescente para estancar os danos.

Barbosa diz torcer para que, um dia, a ciência encontre formas de recuperar o bioma.

Especialista diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado
SEDEC/MT

"Claro que você não vai reocupar toda a área que está produzindo [alimentos], mas você pode pelo menos tentar amenizar a situação nas áreas de recarga de aquíferos."

Sua preocupação maior é com a fronteira agrícola conhecida como Matopiba, que engloba os últimos trechos de Cerrado no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos anos, a região tem experimentado uma forte expansão na produção de grãos e fibras.

"Se esse projeto continuar avançando, será o fim: aí podemos desacreditar qualquer possibilidade, porque não teremos nem matriz para experiências em laboratório."

Nesse cenário, diz Barbosa, os aquíferos do Cerrado rapidamente se esgotarão.

"Os rios vão desaparecer e, consequentemente, vai desaparecer toda a atividade humana da região, a começar das atividades agropastoris."

"Teremos uma convulsão social", ele prevê

Fonte: BBC Brasil

Penedo: Peixamento da Codevasf em trecho do São Francisco encerra Semana da Água em Alagoas



28/03/2015

A soltura de 200 mil alevinos, realizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no trecho do rio São Francisco próximo ao porto das balas, em Penedo, encerrou as atividades da Semana da Água em Alagoas nesta sexta-feira (27). As comemorações, um seguimento do Dia Mundial da Água celebrado em 22 de março segundo o calendário da ONU, movimentaram diversos municípios durante toda a semana e incluíram duas cidades do vale do São Francisco alagoano: Penedo e Arapiraca.

“Os peixes fazem parte da cadeia alimentar do rio e, se sumirem, isso será prejudicial para todos. Esses peixamentos ajudam na manutenção da vida no rio e, se não ocorressem, o rio São Francisco já estaria morto. Nós, que somos jovens, somos o futuro da nação. Somos nós que vamos cuidar do rio no futuro”, disse Paula Gomes da Silva, estudante do curso Técnico em Meio Ambiente do Campus Penedo do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e uma das participantes da atividade.

Antes do repovoamento do rio, outras atividades integraram o último dia de comemorações, como uma exposição do engenheiro agrônomo do Instituto da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh/AL), Fernando Veras, e a exibição do filme “A Lei da Água – Novo Código Florestal” seguido de um debate com o professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ulysses Gomez Cortez.

Na Praça 12 de Abril, no centro histórico de Penedo, simultaneamente à exibição e discussão do filme, estudantes e professores das escolas da rede municipal participaram dos jogos educativos do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), uma forma lúdica de discutir questões ambientais presentes no cotidiano da população como o descarte correto do lixo e as espécies animais e vegetais nativas de Alagoas.

Participação de jovens

Para o chefe da Unidade Regional de Meio Ambiente da Codevasf em Alagoas, Pedro Melo, a Semana da Água em Alagoas foi um sucesso e cumpriu o objetivo de levar a reflexão sobre a importância de ações de preservação desse bem natural.

“Por meio da parceria entre Codevasf, IMA/AL, Semarh e prefeituras municipais realizamos palestras tanto em Arapiraca quanto em Penedo, e tivemos uma grande participação, especialmente de estudantes. Nós repovoamos o lago da Perucaba e o rio São Francisco com espécies nativas como xira, piaba e matrinchã. Nosso interesse é suscitar um debate sobre a questão da água, sobre sua escassez. O Dia Mundial da Água é simbólico, mas na verdade devemos comemorá-lo todos os dias. Temos que continuar com esse trabalho de educação ambiental para despertar a consciência das pessoas sobre a preservação da água”, declarou Melo.

De acordo com o presidente do IMA/AL, Gustavo Lopes, “as atividades de reflexão são importantes porque levam educação ambiental especialmente para os jovens, pois são eles que podem fazer a diferença no futuro e mudar a realidade que vivemos no presente, de escassez hídrica, a qual é causada sobretudo pelo uso excessivo e sem controle da água”.

Presente na solenidade de encerramento da Semana da Água em Penedo, o vice-prefeito do município, Ronaldo Lopes, parabenizou as instituições que participaram do evento e lembrou o simbolismo da finalização das atividades em Penedo. “Penedo tem um apelo forte, pois estamos bem próximos à foz do São Francisco, esse rio tão importante para o Nordeste e para Alagoas e que vem sendo agredido ao longo do tempo pelo uso desordenado. Então essa discussão, trazendo jovens para o debate, é fundamental”, observou.

A solenidade de encerramento, no auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Penedo (Sindpem), também contou com a presença do gerente regional de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf em Alagoas, Ricardo Pereira – que representou o superintendente regional da Codevasf –, secretários municipais, parlamentares, ambientalistas e técnicos da Codevasf em Alagoas.

Programação em Arapiraca

Na quinta-feira (26), foi Arapiraca, o mais populoso município da bacia do São Francisco em Alagoas, que recebeu as ações da Semana da Água de Alagoas. As atividades foram realizadas no Planetário Municipal, que fica localizado às margens do lago da Perucaba. No local, foram realizadas palestras e mostra de equipamentos e matérias utilizados nas ações de educação ambiental do IMA/AL e do Batalhão Ambiental da Polícia Militar de Alagoas.

As atividades tiveram início com a palestra do engenheiro agrônomo do IMA/AL, Fernando Veras, que tratou sobre o uso racional da água. Para isso, ele apresentou as principais ameaças a esse recurso natural como o desmatamento, assoreamento dos rios e o uso excessivo de água nas atividades domésticas. “Para vocês terem ideia, apenas na descarga do sanitário está concentrado 33% do gasto de água numa residência”, afirmou para uma plateia de estudantes e professores de Arapiraca.

Já o engenheiro civil Hugo Pedrosa, gerente regional de Infraestrutura da Codevasf em Alagoas, expôs a relação entre água e desenvolvimento regional. Para isso, tratou dos múltiplos usos da água e a relação dela com os projetos estruturantes de desenvolvimento regional executados pela Codevasf nos municípios de sua área de atuação.

“Existe um paradigma entre o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente. As pessoas criaram uma ideia de que preservar não é desenvolver; que para desenvolver deve existir degradação ambiental. A Codevasf entra nessa discussão mostrando que o desenvolvimento regional pode, sim, andar lado a lado com a preservação ambiental. Assim, a presença da Codevasf no evento em Arapiraca ajuda a quebrar esse paradigma. Queremos mostrar que temos diversas ações em agricultura irrigada, de implantação de esgotamento sanitário, de abastecimento de água para consumo humano, atividades que usam a água para promover o desenvolvimento”, frisou Pedrosa.

Uso consciente

A estudante Sara Chagas, da Escola Santa Esmeralda, de Arapiraca, participou das atividades no Planetário e se mostrou bastante consciente de seu papel junto às futuras gerações para preservação da água. “A água é um meio para a vida. Com ela, fazemos nossas atividades como tomar banho, comer, tudo isso com a água. Precisamos, em primeiro lugar, nos conscientizarmos sobre sua importância para podermos fazer algo por ela”, afirmou.

Segundo registrou o vice-prefeito de Arapiraca, Yale Fernandes, “a água hoje é o tema mais comentado no Brasil por causa da crise em São Paulo. Tem que partir de cada um de nós a consciência de que simples gestos como não deixar uma torneira pingando, tomar um banho mais rápido, não lavar a calçada com água, são de fundamental importância para que possamos ter um país e um mundo para as futuras gerações com mais qualidade de vida e com água”.

Após as atividades no Planetário de Arapiraca, estudantes, professores, técnicos da Codevasf, do IMA, da Semarh/AL, da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e demais participantes acompanharam um peixamento realizado pela Codevasf no lago da Perucaba. O repovoamento inseriu cerca de 200 mil peixes de espécies nativas da bacia hidrográfica do São Francisco produzidos no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco).

Bruno Santos – Jornalista Mte 759/AL



Exército Americano vai cooperar com estruturação da hidrovia do São Francisco

11/07/2012

O Ministério da Integração Nacional, por meio da Codevasf, e o Corpo de Engenheiros do Exército Americano (USACE) firmaram, nesta quarta-feira (14), em Brasília (DF), um acordo de cooperação técnica para consultoria na área de hidrovia, visando ao controle de processos erosivos, à garantia de navegabilidade e à contenção de margens. O acordo tem validade de três anos, e as atividades terão início em janeiro de 2012. O investimento total será de US$ 3,8 milhões.

O USACE tem uma experiência de quase 200 anos na melhoria da navegabilidade através da remoção de obstruções, dragagem, obras de estabilização do banco e treinamentos. Pelo acordo, dois engenheiros americanos ficarão na Codevasf para prestar assistência e trocar experiências com a equipe técnica da empresa.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, destacou a importância dessa iniciativa para a qualificação da infraestrutura hidroviária do país. “O Brasil vem crescendo de forma acelerada, e um dos desafios é ampliar a infraestrutura logística em nosso país. Esse acordo não se resume à troca de conhecimentos entre técnicos; nós precisamos ter a visão estratégica para definir uma política para o sistema hidroviário brasileiro. Temos dois modelos como referência: o americano e o europeu. Nós precisamos construir o nosso”, afirmou.

O presidente em exercício da Codevasf, Clementino de Souza Coelho, explicou a relevância desse trabalho para o crescimento socioeconômico da região Nordeste. “A nossa missão, assumida junto ao governo federal, é que a hidrovia (situada no trecho entre Ibotirama/Bom Jesus da Lapa e Petrolina/Juazeiro) esteja trabalhando, em condições de eficiência, até 2014, atraindo os grandes investidores para nossa região e ajudando a viabilizar nossos projetos de irrigação voltados para as commodities, sobretudo no ramo de grãos e líquidos, como o etanol, que precisam de um transporte competitivo, no caso específico, a hidrovia”, salientou.

O Major General Todd Semonite, representante do USACE, ressaltou as expectativas em relação a essa parceria entre Brasil e Estados Unidos. “Hoje é uma data histórica para o USACE e a Codevasf, sobretudo se tivermos a ideia de que esse acordo não é apenas uma cooperação técnica, mas representa a união entre as duas nações”, disse.

Outras ações – A Hidrovia do São Francisco foi contemplada com recursos do Programa de Revitalização das Bacias Hidrográficas do São Francisco e do Parnaíba, com objetivo de manutenção e recuperação de margens de 595 quilômetros de leito navegável.

A Codevasf já vem realizando algumas ações para viabilização do empreendimento como: revitalização e recuperação de margens no campo de provas em Barra (BA), em parceria com o Exército Brasileiro; monitoramento desse campo de provas pelo USACE; desenvolvimento de novo modelo de gestão colaborativa de hidrovia pelo Banco Mundial e proteção de barrancas pela Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia (CERB).

Fonte: Plano Brasil

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Guimarães Rosa e o rio São Francisco


“Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens.”

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