História da COP: origem e momentos mais importantes


18/11/2025

Conheça os principais marcos da COP, o evento climático mais relevante do mundo que completa 30 anos em 2025 com a edição realizada no Brasil

Em 2025, o evento mundial mais importante sobre clima completa 30 anos. Trata-se da COP, a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que acontece no Brasil, em novembro, na cidade de Belém, no Pará.  

O que é a COP e quem participa?  

Principal encontro internacional sobre mudanças climáticas, a COP é o momento em que líderes mundiais, representantes de empresas privadas, cientistas, ativistas e organizações internacionais e não governamentais se encontram para discutir planos de ação focados no combate à emergência climática. O evento é organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a UNFCCC na sigla em inglês, braço da ONU para discutir o aquecimento global.  

Além de tratar sobre planos de ação, a COP é o momento em que acordos globais voltados ao enfrentamento da crise climática são feitos. Ao longo de sua história, o encontro foi fundamental por firmar decisões importantes que influenciaram desde políticas governamentais até os modos de produção de companhias de todo o mundo.  

A origem da COP  

A COP tem sua origem alguns anos antes da primeira convenção oficial. Tudo começou no Rio de Janeiro, em 1992, durante a Rio-92, também conhecida como Eco-92 ou Cúpula da Terra, evento da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Naquele ano, delegações de 175 países iniciaram as discussões de planos para combater os impactos dos gases de efeito estufa e para tornar a economia global mais sustentável, usando os recursos de maneira mais racional e conservando a biodiversidade.  

Foi na Rio-92 que se estabeleceu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um tratado internacional para a cooperação climática, que se tornou a base das COPs por instituir a limitação dos aumentos médios da temperatura global. A partir daí, a conferência climática se materializou e, três anos depois, chegou à primeira edição.  

Momentos mais importantes das COPs

1995: COP1 – Berlim, Alemanha  

A primeira COP foi importante por reconhecer que os compromissos climáticos estabelecidos até então eram insuficientes. Foi estabelecido o Mandato de Berlim, o pontapé inicial para o desenvolvimento de um protocolo climático mais ousado.  

1997: COP3 – Kyoto, Japão  

O marco da reunião foi o nascimento do Protocolo de Kyoto, primeiro acordo global com metas obrigatórias de redução de emissões de gases de efeito estufa voltado aos países desenvolvidos. Foram necessários oito anos para que os países envolvidos ratificassem o acordo, que entrou em vigor em 2005, e contou com metas específicas para cada país participante.  

2000: COP6 – Haia, Holanda  

Cientistas e ambientalistas esperavam que, na COP6, governos concordassem com uma série de recomendações técnicas para a aplicação do Protocolo de Kyoto. No entanto, as negociações entraram em um impasse devido, principalmente, a discordâncias entre Europa e Estados Unidos sobre a mensuração dos gases de efeito estufa e as sanções aplicadas a quem descumprisse as metas. O encontro foi encerrado sem acordo.  

2005: COP11 – Montreal, Canadá  

O encontro marcou a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto e o entendimento de que era necessário ter metas de longo prazo após o término do Protocolo, o que ficou conhecido como Acordo de Montreal. O encontro foi importante devido ao início de discussões mais ambiciosas sobre a redução das emissões de carbono, além de trazer à tona o debate sobre os impactos climáticos do desmatamento e do uso da terra.  

2015: COP21 – Paris, França

Marcando os 20 anos da COP, a reunião na capital francesa definiu um marco histórico: o Acordo de Paris. O compromisso, aprovado pelos 195 membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), estabeleceu a manutenção de manter a temperatura média global abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Os países também concordaram em fazer um esforço para manter a temperatura média global acima de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Importante salientar que, pouco antes da conferência, vários países participantes apresentaram as primeiras Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), como são chamadas as metas climáticas de cada país.  

2021: COP26 – Glasgow, Reino Unido  

A COP de Glasgow consolidou o entendimento de anos anteriores que de que 2ºC de limite não são suficientes e que é necessário alcançar a meta de 1,5ºC de temperatura média global acima dos níveis pré-industriais. Além disso, o encontro aprovou o mercado global de carbono, estabelecendo regras para a comercialização de créditos de carbono.  

2022: COP27 - Sharm el-Sheikh, Egito

A reunião no Egito trouxe à tona discussões sobre a necessidade de apoiar países vulneráveis aos impactos climáticos, que sofrem com desastres naturais. Para isso, foi criado um fundo de perdas e danos com enfoque em ampliar a justiça climática.  

2023: COP28 Dubai – Emirados Árabes  

Oito anos após o estabelecimento do Acordo de Paris, o encontro de Dubai fez o primeiro balanço global do compromisso e deixou claro que o que está sendo feito atualmente ainda não é suficiente para cumprir as metas climáticas estabelecidas.  

2024: COP29 – Baku, Azerbaijão  

A COP29 avançou nas discussões sobre o financiamento climático e estabeleceu que países desenvolvidos devem liderar o aporte de pelo menos 300 bilhões de dólares até 2035 para que países em desenvolvimento possam implementar ações de redução de emissão de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas.

O que deve acontecer na COP30?  

As expectativas para o encontro no Brasil, o primeiro realizado na Amazônia, são altas. Há potencial para avanços nas discussões sobre a transição justa – a mudança para uma economia de baixo carbono que não deixe ninguém para trás - e para fazer com que decisões multilaterais se conectem melhor aos locais que sofrem mais com a crise climática.  

Conclusão  

Com uma história que completa 30 anos em 2025, a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima se mostra fundamental para pautar discussões sobre o combate à emergência climática e para firmar acordos globais que influenciam tomadas de decisão não apenas nos governos, mas também na iniciativa privada. Sem o evento, acordos que são fundamentais para os cuidados com o futuro do planeta não teriam sido firmados.

Fonte: Suzano

A oportunidade da COP30: Investir na natureza para um futuro resiliente.

Rios da floresta amazônica
© Agência Pará

18/11/2025

Manuel Pulgar-Vidal, Líder Global de Clima e Energia do WWF  
Vanessa Morales,  Especialista Sênior do WWF, Nexo Clima-Natureza 

No início da  segunda semana da  COP30 em Belém , Brasil,  fica claro que  a crise climática não é mais uma ameaça distante;  é  uma realidade diária para milhões de pessoas. O furacão Melissa, uma tempestade recente de categoria 5 que devastou o Caribe, é apenas um lembrete contundente de que a adaptação aos impactos cada vez mais severos das mudanças climáticas não pode mais ser deixada de lado. Por muito tempo, as negociações globais ficaram presas em um falso debate: devemos nos concentrar em reduzir as emissões ou investir em resiliência? Esse pensamento binário tem impedido o progresso, como se a construção de defesas contra tempestades, secas e a elevação do nível do mar devesse ocorrer às custas do investimento em energias renováveis ​​e descarbonização. 

Mas a ciência é clara: mesmo os esforços de mitigação mais ambiciosos  não  eliminarão a necessidade de adaptação. Os gases de efeito estufa produzidos pelo homem, que já  poluem a atmosfera, significam  que  os  riscos climáticos  se intensificarão. Os impactos resultantes são sentidos com mais intensidade pelas comunidades pobres e marginalizadas, bem como pelos ecossistemas vulneráveis. Reduções rápidas,  profundas e sustentadas nas  emissões  são essenciais para um futuro habitável,  e  a adaptação é fundamental para proteger vidas e bens  —  casas, infraestrutura e meios de subsistência — agora mesmo.      

As soluções baseadas na natureza ( SbN ) oferecem uma maneira poderosa de abordar tanto a adaptação quanto a mitigação. Os manguezais, por exemplo, podem reduzir as ondas de tempestade em até 71%, as florestas tropicais nubladas geram chuva e protegem a água potável, e os parques urbanos podem refrescar as cidades em até  10 °C em dias  de  calor intenso. Essas defesas naturais são comprovadas, econômicas e oferecem uma série de benefícios adicionais  – desde o sequestro de carbono até o habitat da vida selvagem e o lazer.  

No entanto, a adaptação ,  especialmente as soluções baseadas na natureza ,  continua  lamentavelmente subfinanciada. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA ) , apenas 28% do financiamento público para o clima é destinado à adaptação, e uma mera fração desse valor apoia a biodiversidade e a proteção dos ecossistemas. Para atender às necessidades básicas de adaptação, o investimento global precisa aumentar doze vezes, sendo que o NbS (Nuclear, Biodiversidade e Sustentabilidade) requer o triplo do financiamento atual até 2030. O valor dos serviços ecossistêmicos da natureza é estimado entre US$ 125 e 140 trilhões anualmente, superando em muito os custos do investimento e oferecendo um retorno de dez vezes cada dólar gasto. Para os países de baixa renda, os riscos são ainda maiores: a perda desses serviços pode significar uma queda de 10% no PIB.    

Então, por que essa lacuna persistente? Diálogos recentes liderados pelo WWF e pelo Centro Mundial de Monitoramento da Conservação  do Programa  das Nações Unidas para o Meio Ambiente mostram  que o financiamento insuficiente e a capacidade limitada de mensurar o desempenho da natureza são os principais obstáculos. Como disse um especialista do governo, “precisamos capacitar os financiadores”. 

A COP30 representa uma oportunidade crucial. Quase metade  dos países já apresenta Planos Nacionais de Adaptação com necessidades claras e acionáveis,  incluindo abordagens baseadas na natureza. Com  um acordo  praticamente fechado  sobre como monitorar o progresso na adaptação, é  hora de todas as nações, especialmente as mais ricas, intensificarem seus esforços. Investir em florestas, zonas úmidas e litorais não se  trata  apenas  de resiliência climática; trata-  se  de apoiar economias e comunidades em harmonia com a natureza.    

A mensagem é clara: adaptação e mitigação devem andar de mãos dadas, e a natureza merece ser financiada como a atração principal que realmente é. 

Fonte: WWF Brasil

Síntese Diária da COP30 – 17 de Novembro

17/11/2025

Dia 8: segunda-feira, 17 de novembro

Preparado pela Equipe de Comunicação da COP30

Áreas Temáticas de Foco: Florestas, Oceanos, Biodiversidade, Povos Indígenas, Comunidades Locais e Tradicionais, Crianças e Juventude, e Pequenos e Médios Empreendedores

Resumo Geral:

A Natureza no Centro da Ação Climática

No sétimo dia da COP30, países e parceiros demonstraram como colocar a natureza no centro da ação climática impulsiona avanços reais para as pessoas, as economias e o planeta. Ao longo da agenda, líderes evidenciaram uma mudança decisiva de promessas para a prática, avançando ferramentas, destravando financiamentos e mobilizando a liderança comunitária para acelerar a implementação, reforçar a cooperação multilateral e apoiar aqueles na linha de frente dos impactos climáticos.

Um marco importante foi a operacionalização do  Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), o maior mecanismo de financiamento florestal já criado, sinalizando que as florestas valem mais em pé. Com parceiros da RDC à China e novas lições de modelos de governança de Povos Indígenas e Comunidades Locais (IPLC), como o Mecanismo Dedicado de Doações (DGM), o TFFF está redefinindo o financiamento climático por meio de incentivos de longo prazo voltados para investimentos e um caminho para o acesso direto por comunidades. Esse impulso foi reforçado por progressos históricos no tema fundamental da regularização fundiária, com doadores excedendo o Compromisso de USD 1,7 bilhão para IPLCs um ano antes do previsto, e 14 países endossando o primeiro Compromisso Intergovernamental Global de Posse e Uso da Terra, fortalecendo direitos em mais de 160 milhões de hectares.

Novas iniciativas aprofundaram a virada positiva em direção à natureza: o Desafio da Bioeconomia lançou um esforço global para operacionalizar os 10 Princípios de Alto Nível do Brasil, enquanto a Coalizão para Ampliação do JREDD+ uniu governos, grupos indígenas e atores de mercado para expandir a proteção florestal jurisdicional e ajudar a fechar o déficit anual de USD 66,8 bilhões em financiamento. A prevenção global integrada de incêndios avançou com o novo Centro Global de Gestão de Incêndios (Global Fire Management Hub), sediado na FAO, e o Motor de Investimento da Terra (Earth Investment Engine) superou sua meta de USD 5 bilhões, mobilizando mais de USD 10 bilhões para soluções baseadas na natureza.

Lideranças jovens influenciaram diálogos políticos em toda a Blue e Green Zone, enquanto organizações indígenas compartilharam estratégias de adaptação baseadas na governança territorial e no conhecimento ancestral.

Em conjunto, esses esforços mostram que proteger e valorizar a natureza é a materialização da ambição climática — um fundamento vital para sociedades resilientes e uma economia real próspera.

Ações e resultados notáveis:

Agenda de Ação:

- Destravando o Financiamento para Florestas Tropicais e Governança Indígena

▪ Instalação Fundo Florestas Tropicais para Sempre Operacionalizado

A operacionalização do Fundo Florestas Tropicais para Sempre Operacionalizado representa um passo transformador na valorização das florestas em pé por meio de financiamento sustentável. Como o maior e mais ambicioso fundo da história da conservação florestal, o TFFF está remodelando o financiamento climático ao migrar de doações para parcerias; de doadores tradicionais para não tradicionais; e de subsídios para investimentos em um mecanismo misto público-privado. Com seu lançamento, acompanhado de um conjunto de instrumentos econômicos, Brasil e parceiros enviam uma mensagem poderosa de que as florestas valem mais vivas. Durante o lançamento, governos da República Democrática do Congo, Colômbia, Guiana, Reino Unido, Noruega e China apresentaram listas abrangentes de anúncios e destacaram a complementaridade entre diferentes instrumentos financeiros.

- Reunião Ministerial sobre Florestas e Povos Indígenas: Lições para o TFFF

Hoje, governos, fundos multilaterais e líderes indígenas se reuniram para explorar como modelos comprovados de governança de comunidades indígenas e locais (IPLC), como o Mecanismo de Subsídios Dedicados (Dedicated Grant Mechanism/ DGM), podem informar e fortalecer a geração emergente de mecanismos de financiamento climático. O TFFF serve para equipar os povos indígenas e as comunidades locais com os recursos necessários para manter a conservação florestal por meio da Alocação Financeira Dedicada (TFFF-DFA), que reserva um mínimo de 20% dos pagamentos florestais para as IPLCs, representando um cenário em evolução para o financiamento climático inclusivo e baseado em direitos. As lições do DGM sobre governança, capacidade e responsabilidade podem apoiar os esforços futuros de conservação, fornecendo uma estrutura para informar o acesso direto futuro, como o TFFF.

“Permaneço muito otimista quanto ao avanço do TFFF. Os USD 5 bilhões em capital são um ótimo começo. Sim, tínhamos ambições altas, mas é preciso estabelecer a ambição para que as pessoas levem a sério e se mobilizem. E USD 5 bilhões é um resultado bem-sucedido que pode crescer.”
— Daniel Hanna, Diretor do Grupo Barclays para Finanças Sustentáveis e de Transição

- Anúncio sobre finanças e posse da terra; compromisso excede meta:

▪ Dois compromissos foram assinados hoje para deter e reverter a perda florestal e a degradação de terras até 2030:

▪ O Compromisso de Posse da Terra e Florestas para Povos Indígenas e Comunidades Locais, avançado pelo Forest Tenure Funders Group (FTFG); e

▪ O Compromisso Intergovernamental de Posse da Terra.

▪ Em 2021, na COP26, os governos do Reino Unido, dos EUA, da Alemanha, da Noruega e dos Países Baixos, juntamente com 17 fundações, anunciaram o Compromisso sobre a Posse da Terra e das Florestas dos Povos Indígenas e das Comunidades Locais. O evento de hoje comemorou a entrega desses resultados e a renovação do compromisso. Mais de 30 doadores e governos excederam seu Compromisso de Posse de Terras e Florestas de USD 1,7 bilhão um ano antes do previsto e renovaram o apoio para USD 1,5 a 2 bilhões até 2030.

▪ Além disso, os governos do Brasil, Noruega e Peru, juntamente com a Parceria de Líderes Florestais e Climáticos (FCLP) e o Grupo de Financiadores da Posse Florestal (FTFG), lançaram o primeiro compromisso global sobre o reconhecimento da posse da terra na Cúpula Mundial de Líderes por meio do Compromisso Intergovernamental sobre Posse da Terra. Este é o primeiro compromisso global sobre a posse da terra por povos indígenas e comunidades locais, que visa reconhecer e fortalecer coletivamente os direitos de posse em 160 milhões de hectares — dos quais o Brasil se comprometeu a contribuir com pelo menos 59 milhões de hectares. O compromisso foi endossado por quatorze países.

▪ Ambos serão implementados ao longo de cinco anos.

- Fundo de Adaptação recebe milhões em novas contribuições

▪ Governos se reuniram para reconhecer a importância de fortalecer a resiliência global por meio de novas contribuições ao Fundo de Adaptação. As contribuições são destinadas diretamente à implementação da Nova meta coletiva quantificada sobre financiamento climático (New Collective Quantified Goal on climate finance/ NCQG), à medida que os países se uniram para elevar a adaptação e fornecer o apoio financeiro necessário para aqueles que estão na linha de frente das mudanças climáticas.

“A demanda nunca foi tão alta. Garantir recursos suficientes não é apenas sobre números, é sobre cumprir nosso mandato.”
— Washington Zhakata, Vice-Presidente, Conselho do Fundo de Adaptação.
“Não estamos mais no tempo das negociações, precisamos acelerar a implementação. Crescimento climático positivo, sustentado por financiamento sólido, é central.”
— Alice de Moraes Amorim Vogas, Diretora de Programas, COP30

- Bioeconomia como Motor de Desenvolvimento Socioeconômico e Conservação Florestal

▪ Após o lançamento dos Princípios da Bioeconomia durante as reuniões do G20, foi lançado hoje o Global BioChallenge para mobilizar investimentos de grande escala para crescimento baseado na natureza até 2028.

▪ Em 2025, a Presidência brasileira do G20 foi pioneira ao estabelecer a Iniciativa de Bioeconomia do G20 (GIB) e emitir os 10 Princípios de Alto Nível (10HLPs), que estabelecem diretrizes globais para o desenvolvimento da bioeconomia. O evento marca o lançamento oficial do Desafio da Bioeconomia – a uma Plataforma multissetorial de três anos destinada a transformar esses 10 Princípios em ações concretas e estabelecer uma visão comum para mercados de bioeconomia em todo o mundo, que protejam a natureza ao mesmo tempo, em que fortalecem a descarbonização e colocam pessoas e comunidades no centro da tomada de decisão.

▪ O Desafio da Bioeconomia é apoiado pelo Governo do Brasil, NatureFinance, BID, FAO, UNCTAD e WRI. Com metas até 2028, o Desafio aborda quatro lacunas sistêmicas: (i) a falta de parâmetros, métricas e indicadores de impacto internacionais para a bioeconomia; (ii) a necessidade de expandir instrumentos de financiamento e reduzir riscos; (iii) mercados de bioeconomia emergentes; e (iv) ferramentas para ampliar os impactos positivos nas comunidades e territórios.

“Esta é uma mensagem de esperança que precisamos transformar em ação, uma mensagem capaz de criar um novo ciclo de prosperidade. Graças aos membros que sustentarão esse desafio como uma aliança global, a bioeconomia abriu caminho para uma transição justa e para a prosperidade necessária para alcançar as metas de 2030. Essa abordagem introduz um novo método de produzir bens e serviços, proteger o território e criar um ciclo de prosperidade renovada. Sei que pode soar ingênuo e romântico, mas estou animada e esperançosa de que isso se tornará realidade.”
— S. Exa. Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Brasil

- Lançamento da Coalizão para Ampliar o JREDD+

▪ Com base nos avanços em países como Guiana, Costa Rica e Gana, a Coalizão para Ampliar o JREDD+ foi lançada na COP30, unindo governos, povos indígenas, investidores e sociedade civil para direcionar financiamento à proteção florestal em escala. Em vez de financiar projetos individuais, essa abordagem remunera estados, províncias ou países inteiros por reduções mensuráveis no desmatamento – criando incentivos estáveis e de longo prazo para manter as florestas em pé.

▪ A Coalizão inclui países tropicais (Costa Rica, Etiópia, Gana, Guiana, Quênia), nações doadoras (Reino Unido, Noruega, Cingapura), grupos indígenas (Grupo Indígena Peru), grandes organizações de mercado de carbono (Emergent, Verra, ART, South Pole) e outras organizações da sociedade civil.

▪ Essas iniciativas apoiam diretamente o Roteiro de Financiamento Florestal, endossado por 36 governos que representam 45% da cobertura florestal mundial e 65% do PIB global. O roteiro busca fechar o déficit anual de USD 66,8 bilhões para proteção e restauração de florestas tropicais. O JREDD+ sozinho pode mobilizar entre USD 3 e 6 bilhões por ano até 2030.

- Integração da Gestão do Fogo para Prevenção Coordenada

▪ Por meio do Chamado à Ação endossado por 61 países durante a Cúpula de Líderes de Belém, o Brasil definiu a visão da prioridade política de esforços coordenados de prevenção na gestão integrada de incêndios ao nível global.

▪ Hoje, os parceiros  apresentaram o caminho para o cumprimento do compromisso: o Centro Global de Gestão de Incêndios, sediado pela FAO, a “Gestão Integrada de Incêndios e Resiliência a Incêndios Florestais”. Seu objetivo é fortalecer a resiliência a incêndios florestais em todo o mundo, expandindo o compartilhamento de dados, a capacidade da comunidade, a liderança do conhecimento indígena e os sistemas de alerta precoce, servindo, em última instância, para proteger milhões de hectares.

▪ O Centro pretende alcançar mais de 5.000 profissionais por meio de plataformas de aprendizagem e apoiar mais de 10.000 indígenas e detentores de conhecimento local em atividades de GIF no território. Usando o GWIS, MapBiomas e outras plataformas regionais e globais para aprimorar sistemas de alerta precoce e avaliação de riscos, mais de 10 milhões de hectares estarão sob manejo de paisagens mais resilientes ao fogo até 2028.

- Motor de Investimento na Terra

▪ O Motor de Investimento na Terra ilustra a operacionalização do potencial da bioeconomia na geração de recursos para conservação florestal e da biodiversidade. A Mobilização de Capital para Soluções Baseadas na Natureza da COP30 Brasil já garantiu mais de USD 10 bilhões em compromissos para projetos florestais e de bioeconomia no Brasil até 2027, superando a meta inicial de USD 5 bilhões.

▪ Este é um exemplo de um pipeline de investimentos coordenado de um mercado em expansão no Brasil — que oferece um modelo para esforços globais de ampliação do financiamento para a natureza, com evidências de crescente dinamismo em outros grandes mercados.

- Bilhões comprometidos para agricultura e restauração de terras

▪ A Agenda de Ação da COP sobre Paisagens Regenerativas (AARL) anunciou no sábado um aumento nos investimentos para promover a produção, conservação e restauração, avançando em soluções integradas para oferecer sistemas agroalimentares resilientes. Mais de 40 organizações relataram mais de USD 9 bilhões em investimentos comprometidos, cobrindo mais de 210 milhões de hectares de terra, alcançando 12 milhões de agricultores em mais de 90 commodities e mais de 110 países até 2030, marcando um progresso significativo desde o lançamento da iniciativa na COP28.

▪ Este ano marca uma mudança da ambição para a implementação: investimentos quadruplicaram desde 2023, o primeiro Acelerador de Paisagem no Brasil já está demonstrando caminhos comercialmente viáveis para restaurar mais de 50 milhões de hectares no Cerrado e na Amazônia. Esses esforços são apoiados por parceiros como o Ministério da Agricultura do Brasil, o WBCSD, o BCG e importantes empresas do agronegócio e financiadores que estão alinhando políticas, sistemas de MRV e soluções de financiamento misto para acelerar a transformação regenerativa no terreno.

- Compromisso de Metano: Caminhos Adiante

▪ Hoje, o Relatório Global sobre a Posição do Metano 2025 marcou um momento significativo na aceleração da ação climática de curto prazo, destacando tanto os avanços alcançados quanto o esforço ainda necessário para cumprir o Compromisso Global do Metano. Embora novas políticas, regulações setoriais e mudanças de mercado já estejam reduzindo a projeção de emissões, ministros enfatizaram que somente a adoção completa de medidas de mitigação comprovadas e economicamente viáveis — a maioria já disponível nos setores de energia, agricultura e resíduos — pode fechar a lacuna remanescente até 2030.

▪ O relatório mostra que os planos nacionais de metano apresentados até agora poderiam gerar a maior queda sustentada nas emissões de metano da história, se plenamente implementados. No entanto, medições mais robustas, relatórios mais fortes e maior financiamento são urgentemente necessários para elevar a ambição nas principais economias. Líderes reiteraram que ação decisiva sobre metano está entre as formas mais rápidas e impactantes de proteger a saúde, fortalecer a segurança alimentar e manter 1,5 °C ao alcance. O evento de hoje mostrou que as ferramentas já existem, os benefícios são substanciais e os próximos cinco anos determinarão se os países conseguirão transformar ambição em reduções rápidas e sistêmicas.

“O Compromisso Global do Metano transformou ambição em progresso tangível. Em setores e continentes, países e empresas estão demonstrando que a redução do metano é possível — e traz ar mais limpo, economias mais fortes e um clima mais seguro. Nossa tarefa agora é ampliar essas soluções rapidamente, trabalhando juntos para manter 1,5 °C ao alcance e garantir um futuro mais saudável para nossas populações e nosso planeta.”
— Dan Jørgensen, Comissário Europeu de Energia e Habitação

Negociações:

- A Presidência da COP30 divulgou sua 11ª carta às Partes, delineando suas prioridades para os próximos dias. Leia a carta aqui.

Mobilização Global:

"Um em cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade por causa das mudanças climáticas. Para elas, a mudança do clima não é uma ameaça distante, e ignorá-las é negar nossa humanidade comum. [...] Como guardiões da criação de Deus, somos chamados a agir com rapidez, fé e profecia, para proteger o dom que Ele nos confiou.”
— Papa Leão XIV, em mensagem aos bispos e cardeais do Sul Global participantes da COP30 no Brasil

- Liderança jovem ganha destaque na COP30:

▪ Programações voltadas à juventude ao longo do dia destacaram a crescente influência das novas gerações na governança climática global.

▪ No Pavilhão de Crianças e Jovens, a Campeã da Juventude pelo Clima, Marcele Oliveira, reuniu 30 crianças e jovens do Brasil e de outros países para “Do Escutar à Ação”, um diálogo que evidenciou como jovens vivenciam a crise climática e desejam moldar soluções — encerrando com um manifesto poderoso de jovens indígenas pedindo água limpa, rios livres de petróleo e respeito a todos os seres vivos.

▪ Em uma sessão ministerial sobre a Agenda de Ação da COP30, Marcele Oliveira, líderes da Agenda de Ação e representantes de organizações juvenis apresentaram maneiras práticas de ampliar contribuições da juventude nos esforços de implementação.

▪ Na Zona Azul, um Diálogo Intergeracional de Alto Nível trouxe crianças para uma conversa direta com líderes globais, incluindo Mary Robinson, Ana Toni e Hindou Oumarou Ibrahim, refletindo sobre a necessidade de políticas climáticas que protejam os direitos das crianças e as futuras gerações.

- Líderes indígenas compartilham estratégias comunitárias de adaptação climática na COP30:

▪ No Pavilhão Indígena, membros do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas (CIMC) do Brasil realizaram um diálogo sobre como povos indígenas de diversas regiões do país estão desenvolvendo seus próprios planos de adaptação em resposta aos impactos climáticos crescentes. Palestrantes como Jânio Avalo, Suhyasun Pataxó, Sineia do Vale e Cristiane Julião discutiram a história e a estrutura do CIMC, suas contribuições ao planejamento nacional de adaptação indígena e experiências concretas, como as iniciativas pioneiras de adaptação climática em Roraima. Moderado pela pesquisadora Martha Fellows, o debate destacou como sistemas de conhecimento indígena, governança territorial e liderança jovem estão moldando soluções práticas e comunitárias para proteger vidas, culturas e ecossistemas em um clima em transformação.

Fonte: COP30

Síntese Diária da COP30 – 15 de Novembro

15/11/2025

Dia 6: Sábado, 15 de novembro

Preparado pela Equipe de Comunicação da COP30

Áreas Temáticas de Foco: Energy, Industry, Transport, Trade, Finance, Carbon Markets, Non-CO₂ Gases

Resumo:

Construir as bases financeiras e éticas para uma transição justa

O Dia 6 da COP30 destacou que uma transição climática mais justa e mais rápida depende do alinhamento entre sistemas financeiros, fundamentos éticos e cooperação global. O dia mostrou como países, investidores, pessoas e comunidades estão começando a construir o ambiente propício necessário para destravar capital em grande escala, ao mesmo tempo, em que fundamentam a ação climática na equidade e na responsabilidade compartilhada.

As finanças ocuparam o centro das discussões, com reformas destinadas a mobilizar e direcionar capital para as linhas de frente da crise climática. O lançamento dos Princípios para Interoperabilidade de Taxonomias  — desenvolvidos com o SB COP, o IDFC e ministérios da Fazenda — avançou na interoperabilidade global de padrões de finanças sustentáveis, um passo crítico para mobilizar os USD 1,3 trilhões de dólares anuais previstos no Mapa do Caminho de Baku a Belém. Proprietários de ativos representando quase USD 10 trilhões se reuniram nesta semana para trabalhar com cientistas do clima, BMDs e governos em ações como recomendações para o relatório do Círculo de Ministros das Finanças e para implementação via o Roteiro, enfatizando a necessidade de foco nos setores de difícil descarbonização e nos EMDEs.

Brasil e o Fundo Verde para o Clima (GCF) fortaleceram a arquitetura de investimentos por meio de novas Plataformas de Países e de um Hub de Plataformas de Países, ampliando o planejamento coordenado e escalando trajetórias nacionais para financiamento climático e da natureza. A expansão da Coalizão de Solidariedade dos Passageiros Frequentes Premium e novos compromissos com taxas solidárias sinalizaram crescente impulso em torno de fontes inovadoras e equitativas de receitas para adaptação e perdas e danos.

Hoje, em Belém, milhares se reuniram para pedir justiça climática, proteção de territórios e ações governamentais mais fortes durante a Marcha Mundial pelo Clima, organizada pela Cúpula dos Povos e acompanhada por povos indígenas, jovens, movimentos sociais, comunidades tradicionais e trabalhadores.

Em conjunto, os resultados de hoje mostram que a COP30 está construindo as bases financeiras e éticas necessárias para acelerar a implementação e entregar uma transição justa, centrada nas pessoas e na economia real.

Ações e Resultados Notáveis:

Agenda de Ação:

- Avanço das Taxas de Solidariedade como Pilar do Financiamento Climático sem Endividamento

▪ Líderes na COP30 reafirmaram o crescente impulso global por taxas de solidariedade como ferramenta essencial para gerar financiamento climático justo, mais previsível e que não gere dívida. O evento destacou o fortalecimento do compromisso com a Coalizão de Solidariedade dos Passageiros Frequentes Premium e a divulgação de um novo relatório técnico detalhando o significativo potencial de receita das taxas em setores emissores e sub tributados, como transações financeiras, aviação, transporte marítimo e criptomoedas.

▪ Representantes de governos, instituições multilaterais e grupos de especialistas enfatizaram que taxas para passageiros frequentes têm enorme potencial de receita, incorporando o princípio do poluidor-pagador ao mobilizar recursos concessionais para adaptação, resiliência e perdas e danos — especialmente para países vulneráveis diante do agravamento dos impactos climáticos.

▪ A Coalizão agora inclui Benim, Djibouti, França, Quênia, Nigéria, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul e Espanha, e recebe Antígua e Barbuda, Brasil, Fiji e Vanuatu como observadores, reforçando o compromisso crescente com essa abordagem compartilhada, enquanto o evento apresentou fortes apelos para que mais países se juntem à coalizão até o fim da COP30.

“O lançamento da Coalizão de Solidariedade dos Passageiros Frequentes Premium prova que taxas solidárias podem sair do campo das ideias para se tornar realidade. Este é apenas o primeiro passo. Agora, conclamo mais países a se juntarem a nós na COP30 e transformarem esse impulso em mudança global duradoura.”
— Laurence Tubiana, Enviada Especial da COP30 para a Europa; Co-líder da Força-Tarefa Global de Taxas de Solidariedade

- Líderes Financeiros Traçam Caminhos para Operacionalizar o Roteiro de Baku a Belém e Entregar a Visão de USD 1,3 Trilhão

▪ A reunião ministerial de alto nível reuniu líderes climáticos, ministérios da Fazenda, BMDs, fundos climáticos e lideranças do setor privado em torno de um caminho compartilhado para destravar os USD 1,3 trilhões anuais previstos no Roteiro. Líderes, incluindo os presidentes da COP30 e COP29, o Secretário Executivo da UNFCCC Simon Stiell e o CEO da COP30, enfatizaram que entregar essa ambição depende de reformas coordenadas em financiamento de concessão, mandatos dos BMDs, estruturas domésticas de investimento, instrumentos financeiros inovadores e ecossistemas regulatórios fortalecidos — refletindo as cinco áreas prioritárias de ação do Relatório. Por meio de uma discussão orientada a resultados, participantes identificaram marcos concretos de implementação para a Presidência brasileira da COP30, posicionando o Roteiro como um plano catalisador para ampliar rapidamente o financiamento climático com mais velocidade, escala e impacto. Ao incorporar as recomendações do Círculo nas práticas institucionais e de mercado, o evento sinalizou uma clara mudança da visão para a entrega — usando o Roteiro como veículo unificador para mobilizar capital público, privado e misto necessário para cumprir as metas climáticas globais.

“Este é o início de uma era de verdade no financiamento climático”, disse Corrêa do Lago. “Para cumprir o Acordo de Paris mais rapidamente, a ação climática precisa estar integrada às reformas econômicas e financeiras reais. Com os 5Rs, o Roteiro transforma urgência científica em um plano prático de cooperação global e resultados.”
— Embaixador André Corrêa do Lago, Presidente da COP30

- 14 Novas Plataformas de Países Anunciadas, Lançamento do Hub de Plataformas de Países

▪ Na COP30, em um passo decisivo para alinhar apoio e investimentos globais com prioridades climáticas nacionais, 13 países divulgaram planos para desenvolver plataformas nacionais por meio do programa de prontidão do GCF. O evento também marcou o anúncio de um Hub de Plataformas de Países, integrating the COP30 Plan to Accelerate Solutions (PAS) integrando o Plano para Acelerar Soluções (PAS) da COP30 para conectar países a assistência técnica, conhecimento e financiamento, garantindo que sistemas de apoio globais respondam às necessidades nacionais, em vez de duplicar esforços.

▪ Country platforms support the implementation of the Relatório do Círculo de Ministros das Finanças da COP30. Os anúncios vieram de: Camboja, Colômbia, República Dominicana, Índia, Cazaquistão, Lesoto, Mongólia, Nigéria, Omã, Panamá, Ruanda, África do Sul e Togo.

“Saúdo o Brasil e Uganda por convocarem o Hub de Plataformas de Países. O Fundo Verde para o Clima (GCF) está ansioso para explorar oportunidades de apoiar esse esforço. Plataformas nacionais representam oportunidade estratégica para reunir governos, setor privado e parceiros de desenvolvimento em torno de um processo para identificar políticas e investimentos prioritários, além de alinhar financiamentos público e privado, internacional e doméstico.”
— Mafalda Duarte, Diretora Executiva do GCF.

- Primeiro Grupo de Proprietários de Ativos Apresenta Recomendações

▪ Nesta quarta, a COP30 reuniu a primeira Cúpula de Proprietários de Ativos na agenda oficial da COP.O evento reuniu cerca de 30 dos principais proprietários de ativos globais — incluindo fundos de pensão, seguradoras, e investidores soberanos — representando cerca de USD 10 trilhões em ativos. A sessão focou em soluções climáticas, incluindo setores difíceis de descarbonizar e EMDEs. Como resultado, os proprietários propuseram estabelecer uma Cúpula Permanente de Proprietários de Ativos da COP e sinalizaram compromisso em ampliar a parceria com o setor público rumo ao USD 1 trilhão necessário para atender ao NCQG.

- Iniciativa de Roteiro de Taxonomias para Avançar Interoperabilidade de Finanças Sustentáveis

▪  O Dia 6 apresentou os resultados do Roteiro para Avançar a Interoperabilidade e Comparabilidade de Taxonomias de Finanças Sustentáveis — lançado na COP29 em colaboração com SB COP e IDFC. O roteiro representa um esforço unificado entre governos e setores financeiro e privado para padronizar taxonomias e dados, um desafio central para expandir o financiamento sustentável. Foram apresentados os Princípios para Interoperabilidade de Taxonomias - o primeiro passo para uma linguagem comum em matéria de financiamento climático - e o Mapa de Taxonomia de Finanças Sustentáveis - ferramenta digital que permite comparar e analisar taxonomias entre jurisdições.

- Coalizão Aberta para Mercados de Carbono de Conformidade

▪ Representantes de governos se reuniram em mesa ministerial para avançar a Coalizão Aberta para Mercados de Carbono de Conformidade, agora com 18 apoios. Destacou-se que cooperação internacional fortalecida é essencial para melhorar transparência, integridade e eficácia desses mercados. O debate focou cooperação em sistemas de MRV, metodologias de contabilidade de carbono e uso de offsets de alta integridade. Países apoiadores incluem: Brasil, China, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, Armênia, Zâmbia, França, Ruanda, Andorra, Guiné, Nova Zelândia, Mônaco, Singapura e Noruega.

- Presidente da COP30 Abre os Trabalhos do Fórum Integrado sobre Mudança do Clima e Comércio (IFCCT)

▪ Hoje, o Presidente da COP30 abriu oficialmente os trabalhos do IFCCT, lançado na Cúpula do Clima de Belém em 7 de novembro como parte central da Agenda de Ação da COP30.

▪ A sessão contou com vice-ministros e chefes de delegação da China, Reino Unido, Austrália e outros países, além da OMC, ICC e outras organizações da sociedade civil e setor privado, e outras organizações da sociedade civil e do setor privado. O público manifestou forte apoio à iniciativa como plataforma para a colaboração em soluções concretas para reduzir os custos para os exportadores e reforçar o papel do comércio na ação climática. O Fórum responderá diretamente ao primeiro Balanço Global, promovendo a cooperação em um sistema econômico internacional aberto e solidário, capaz de alinhar o comércio e a ação climática para se reforçarem mutuamente.

- Declaração sobre o Custo Econômico da Inação Climática — Evento sobre Taxonomia — Evento de Alto Nível NGFS e BCB sobre Finanças para Sustentabilidade

▪ A Rede de Bancos Centrais e Supervisores para o Ecologização do Sistema Financeiro (Network for Greening the Financial System/ NGFS) Declaração sobre o Custo Econômico da Inação Climática, alertando para os riscos macroeconômicos e financeiros crescentes associados ao atraso nas ações climáticas. Representando 146 bancos centrais e supervisores, o NGFS enfatizou que os impactos climáticos agora representam ameaças iminentes à estabilidade financeira e exortou as instituições financeiras a integrar os riscos relacionados ao clima e à natureza por meio de análises de cenários robustas, padrões de divulgação e planejamento de transição.

“Nossos cenários mais recentes mostram que a mudança do clima não é mais um risco no horizonte, é um perigo iminente… É necessário um esforço de toda a economia para evitar severas disrupções e garantir estabilidade financeira.”
— Sabine Mauderer, Presidente do NGFS
“Gerenciar os riscos climáticos de forma eficaz não é apenas uma questão ambiental, é fundamental para construir resiliência financeira. Ao fazer isso, podemos contribuir para uma transição suave rumo a uma economia sustentável.”
— Sr. Fundi Tshazibana, vice-presidente do NGFS, vice-governador do Banco Central da África do Sul

- Grande Oportunidade para Reduzir metano e Outros Gases Não-CO₂

▪ O Super Pollutant Country Action Accelerator, anunciado durante a Cúpula de Líderes de Belém avançou com o lançamento do Plano para acelerar soluções (PAS), ajudando 30 países em desenvolvimento a reduzir gases super poluentes perigosos até 2030. O Acelerador começa com US$ 25 milhões destinados a sete países pioneiros: Brasil, Camboja, Cazaquistão, África do Sul, Indonésia, Nigéria e México. Reduzir esses poluentes é um dos caminhos mais rápidos para proteger simultaneamente a estabilidade climática, a saúde pública e o abastecimento de alimentos.

“À medida que chegamos ao final da primeira semana, observamos uma mudança significativa da ambição para a execução dentro da Agenda de Ação, enquanto governos, empresas, governos locais e regionais, povos indígenas e a sociedade civil aproveitaram o poder de articulação da COP30 para impulsionar soluções reais para uma economia mais resiliente e de baixo carbono.

114 Plans to Accelerate Solutions — desenvolvidos por coalizões em 30 Grupos de Ativação — foram publicados e já estão disponíveis no site da UNFCCC. Eles reúnem iniciativas existentes sob um mesmo guarda-chuva para cumprir objetivos específicos nos 6 eixos.

Eles detalham como empresas, investidores e comunidades estão trabalhando juntos para transformar ambição em implementação, acionando as alavancas da oferta, demanda, financiamento e política. E, nesta semana, os parceiros anunciaram um conjunto de ações imediatas para acelerar a implementação desses planos.”
— Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível da COP30
“Até agora, há um ambiente construtivo em Belém. É positivo que a presidência esteja mantendo um roteiro para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. A ciência mostra claramente que precisamos reduzir as emissões em 5% ao ano, a partir de agora, para ter qualquer chance de minimizar o overshoot e evitar a destruição dos sistemas de suporte à vida para bilhões de pessoas.”
— Carlos Nobre, renomado cientista brasileiro e membro do movimento guardiões Planetários (Planetary Guardians)

Negociações:

- As partes transferiram formalmente os rascunhos de decisões dos Órgãos Subsidiários para as principais trilhas de negociação, marcando a transição das negociações técnicas para as políticas e abrindo caminho para as decisões finais no fim da segunda semana.

Mobilização global:

- Brasil Apresenta Mobilização Nacional para Implementar o Código Florestal:

▪ Na Zona Verde, os governos federal e estaduais do Brasil, junto à Presidência da COP30, apresentaram os Mutirões do Código Florestal, um esforço nacional para acelerar a implementação prática do Código Florestal em propriedades rurais. A iniciativa oferece orientação técnica, apoio presencial para cadastro e correções no Cadastro Ambiental Rural, entrega de cadastros validados e orientações para o avanço dos Programas de Regularização Ambiental. Os participantes destacaram como o fortalecimento do cumprimento do Código Florestal aprimora a governança ambiental, apoia a produção rural sustentável e reforça as contribuições do Brasil para as metas climáticas.

- Lideranças Indígenas Pedem que Negociadores Climáticos Reforcem a Proteção das Florestas:

▪ Na Zona Azul, o Cacique Raoni e a delegação Mẽbêngôkre do Instituto Raoni realizaram um diálogo franco com negociadores climáticos na sessão “Florestas em Pé, Acordos, na Prática”. A conversa destacou saberes ancestrais e denunciou o descompasso entre as salas de negociação e as realidades enfrentadas pelas comunidades indígenas que protegem e guardam a floresta. Os participantes ressaltaram que compromissos sobre emissões, mercados de carbono e financiamento climático só têm significado quando se traduzem na proteção das florestas em pé e no reconhecimento da liderança indígena — sem isso, a ação climática permanece incompleta.

Fonte: COP30

Síntese Diária da COP30 – 14 de Novembro

14/11/2025

Dia 5: sexta-feira, 14 de novembro:

Preparado pela Equipe de Comunicação da COP30

Áreas Temáticas de Foco: Energia, Indústria, Transporte, Comércio, Finanças, Mercados de Carbono, Gases Não-CO₂

Resumo:

Impulsionando a Transição por Meio da Energia, Indústria e Finanças

O Dia 5 da COP30 avançou a transformação sistêmica em energia, indústria e finanças por meio de esforços colaborativos para acelerar a transição rumo a um futuro mais sustentável. Ao combinar inovação com investimento e colaboração com compromisso, o dia acelerou o avanço da ambição para a implementação. Governos, indústria, setor financeiro e sociedade civil apresentaram iniciativas para ampliar combustíveis sustentáveis, modernizar sistemas de energia e aprofundar a descarbonização industrial.

O dia começou com o Plano de Ação de Combustíveis do Futuro do Clean Energy Ministerial, dentro do Compromisso Belém 4X, expandindo-se para uma coalizão de 23 países para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. A indústria apresentou compromissos sobre transporte marítimo baseado em metanol e um esforço regional para destravar a produção de combustível de aviação sustentável em toda a América Latina.

A industrialização verde avançou quando ministros adotaram a Declaração de Belém sobre Industrialização Verde Global, criando um arcabouço para acelerar a manufatura de baixo carbono, transferência de tecnologia e cadeias de suprimento sustentáveis. Acordos de interoperabilidade entre iniciativas de padrões de aço — agora cobrindo 70% da produção global — estabeleceram as bases para um mercado global de aço quase zero.

As concessionárias comprometeram quase USD 150 bilhões anualmente para a expansão da rede e do armazenamento; os BMDs lançaram plataformas regionais de investimento; e o novo Conselho de Coordenação de Redes Globais e Armazenamento, apoiado pelos Princípios de Financiamento Climático para Redes O ímpeto em direção à transição dos combustíveis fósseis continuou à medida que várias coalizões delineavam roteiros e mudanças de financiamento para reduções equitativas. As medidas de transporte e eficiência avançaram com uma declaração ministerial alinhando o transporte com caminhos de 1,5 ° C e o lançamento de uma plataforma de redução de risco de eficiência energética.

O Dia 5 converteu prioridades em parcerias, investimentos e mecanismos de implementação — demonstrando o papel da COP30 em impulsionar uma transição global justa e resiliente.

Ações e Resultados Notáveis:

Agenda de Ação:

- Escalonando Combustíveis Sustentáveis

Combustíveis do Futuro para o Compromisso 4X: O Plano de Ação de combustíveis Future Fuels Action Plan foi lançado como plataforma de implementação do Compromisso Belém para Combustíveis Sustentáveis (“Belem 4x”), estabelecendo 20 ações intersetoriais para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035 — a serem monitoradas anualmente pela Agência Internacional de Energia (IEA). O plano concentra-se na criação de demanda, contabilidade transparente de carbono e desenvolvimento de infraestrutura, como corredores de comércio, para ampliar a produção globalmente em setores de difícil descarbonização, como aviação, transporte marítimo, aço e cimento.

O plano foi endossado por 23 países: Andorra, Armênia, Bielorrússia, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Guatemala, Guiné, Índia, Itália, Japão, Quênia, Maldivas, México, Moçambique, Mianmar, Países Baixos, Panamá, RPDC, Sudão, Emirados Árabes Unidos e Zâmbia.

▪ A gigante dos transportes marítimos Maersk anunciou planos para operar 41 navios movidos a metanol até 2027, incluindo a primeira grande conversão para combustível duplo, com contratos de compra de 500.000 toneladas de metanol verde por ano a partir de 2026.

▪ Declaração conjunta sobre o desenvolvimento e a promoção de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) na América Latina: Seis grandes grupos que representam agricultores, produtores de biocombustíveis, companhias aéreas e setores de energia da América Latina e do Caribe assinaram a declaração para impulsionar o uso de SAF. Ao reunir os atores do lado da oferta com as partes interessadas da aviação do lado da demanda, a região está liberando seu enorme potencial de produção de SAF para a descarbonização da aviação. A declaração estabelece cinco ações prioritárias: estabelecer regras unificadas para combustíveis em toda a região, criar leis nacionais que as apoiem, estabelecer cadeias de abastecimento “da fazenda ao voo”, garantir financiamento significativo e construir um roteiro regional para colaboração técnica. Signatários: IICA, CPBIO, IATA, ALTA, OLADE, LACAC.

▪ O GEF confirma uma alocação de USD 15,8 milhões para a UNIDO, com compromissos de cofinanciamento de USD 213,5 milhões de parceiros públicos e privados da Argélia, Equador, Egito, Malásia, Namíbia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e África do Sul, para acelerar a produção e a adoção de hidrogênio.

▪ Com o apoio de 15 grandes instituições financeiras de desenvolvimento, incluindo o Grupo Banco Mundial, a Iniciativa Lighthouse de 10 GW permitiu até o momento 1 GW de capacidade inicial de eletrolisadores e mapeou 68 projetos de hidrogênio de um total de 500 em mercados emergentes para estudos de desenvolvimento de projetos para estruturação financeira e acordos contratuais.

“A transição energética não é um desafio setorial — é um desafio sistêmico. Governos, capital privado e indústria precisam unir forças. Só por meio de ação coordenada desbloquearemos o investimento e a inovação necessários para tornar os combustíveis sustentáveis o novo padrão global.”
— Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível da COP30

- Fortalecendo Redes e Armazenamento:

Marco de Investimento em Redes para Triplicar a Capacidade de Geração Renovável: A Utilities for Net Zero Alliance (UNEZA) anunciou um forte aumento em seus planos anuais de investimento na transição energética, comprometendo quase USD 150 bilhões por ano, acima dos USD 117 bilhões anteriores, com grande ênfase em redes elétricas e armazenamento. Esses compromissos posicionam as principais serviços públicos para investir cerca de USD 1 trilhão para mais que triplicar sua capacidade renovável coletiva até 2030 em relação a 2023, enquanto entregam extensas novas extensões de rede, atualizações e ativos de armazenamento.

Conselho Global de Coordenação de Redes e Armazenamento e Princípios de Financiamento Climático: Este Conselho foi lançado no âmbito da Agenda de Ação para avançar o “Plano para Acelerar a Expansão e Resiliência das Redes Elétricas” da COP30, liderado pela Green Grids Initiative (GGI). O Conselho coordenará as partes relevantes para expandir redes rumo a um futuro baseado em renováveis.

▪ Instituições financeiras globalmente endossaram os novos Princípios de Financiamento Climático para Redes para padronizar e ampliar investimentos em economias emergentes: os princípios estabelecem um arcabouço comum para tornar investimentos em redes elegíveis a financiamento climático. Instituições apoiadoras incluem: Banco Africano de Desenvolvimento, British International Investment, Banco de Desenvolvimento da África Oriental, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Climate Bonds Initiative, Institutional Investors Group for Climate Change, Asia Investor Group on Climate Change, Global Renewables Alliance, Grid Works, Utilities for Net Zero Alliance e o Governo do Reino Unido:

- O Banco Asiático de Desenvolvimento e o Banco Mundia anunciaram USD 12,5 bilhões em financiamento conjunto para fortalecer a Rede de Energia da ASEAN.

- O Banco Interamericano de Desenvolvimento lançou a Plataforma de Aceleração da Transmissão de Energia para a América Latina e Caribe, com a Alemanha comprometendo EUR 15 milhões para apoiar expansão e modernização de redes.

- Impulsionando a Industrialização Verde Global

▪ A Declaração de Belém sobre Industrialização Verde Global foi lançada hoje, oferecendo um arcabouço para que países, especialmente Economias Emergentes e em Desenvolvimento, coloquem a industrialização verde no centro de suas estratégias econômicas. O evento marcou a adoção formal da Declaração, com mais de 30 endossos — incluindo Brasil, Alemanha, África do Sul, Reino Unido, Austrália, Indonésia, Turquia. Governos comprometeram-se a avançar transferência de tecnologia, cadeias de suprimento sustentáveis e cooperação sul–sul para acelerar a manufatura descarbonizada. Consultas para endossos começaram hoje e permanecerão abertas pelos próximos 30 dias.

▪ Mission Possible Partnership anuncia USD 140 bilhões para projetos industriais limpos em decisões finais de investimento. O mesmo relatório afirma que mais de um terço dos novos projetos identificados estão em Economias Emergentes e em Desenvolvimento, representando uma oportunidade de investimento de USD 2 trilhões.

A indústria global do aço cria padrões comuns cobrindo 70% da produção mundial: Dois anos após o lançamento dos Princípios de Padrões de Aço da COP28, a ResponsibleSteel assinou acordos bilaterais com iniciativas de padrões de aço chinesas (CISA) e europeias (LESS) para permitir interoperabilidade entre padrões regionais. Juntas, representam 70% da produção global de aço, e desenvolverão ferramentas para converter dados de intensidade de carbono em uma escala global comum com verificação independente — criando as bases para um mercado global de aço de baixas emissões e quase zero.

“Este é um marco na ambição climática global. Ele deve gerar oportunidades, empregos e prosperidade para todos. A industrialização verde fornece um arcabouço unificado para alinhar e amplificar todas as iniciativas relacionadas, promovendo coerência entre setores e regiões. Este é um esforço verdadeiramente global, construído com mercados transparentes, produtos sustentáveis e uma transição justa.”
— Sr. Ciyong Zou, Vice-Diretor-Geral e Diretor Administrativo da Diretoria de Cooperação Técnica e Desenvolvimento Industrial Sustentável, UNIDO

- Transição para Longe dos Combustíveis Fósseis

▪ A Powering Past Coal Alliance (PPCA) apresentou um Plano concreto para Acelerar Soluções para países que estão desenvolvendo estratégias de transição do carvão — apoiando implementação, capacitação e financiamento para trajetórias de eliminação progressiva do carvão.

▪ A Beyond Oil & Gas Alliance (BOGA) apresentou um mecanismo prático para apoiar o declínio administrado da produção de petróleo e gás, fundamentado no diálogo entre produtores e consumidores e no apoio a uma transição justa. O plano da BOGA incluirá trajetórias ilustrativas para a transição, desenvolvidas por meio de diálogo com grandes países produtores de petróleo e gás.

▪ Os sinais financeiros também estão mudando: desde 2021, os membros da Clean Energy Transition Partnership (CETP) reduziram o financiamento público internacional para combustíveis fósseis em até 75%, evitando que quase US$ 31 bilhões reforçassem sistemas intensivos em carbono. No mesmo período, o financiamento para apoiar energia limpa no exterior cresceu 77% entre os membros. Isso está alinhado com uma tendência global mais ampla de investimento: este ano, aproximadamente USD 2,2 trilhões devem ser direcionados para energia limpa — o dobro do nível de investimento em combustíveis fósseis.

▪ A Coalition on Phasing Out Fossil Fuel Incentives Including Subsidies (COFFIS) está avançando abordagens coordenadas para promover transparência e desenvolver diretrizes para a reforma de subsídios. Novos dados compartilhados pelo FMI, cobrindo 170 países, estimam US$ 7,63 trilhões em apoio público aos combustíveis fósseis — com apenas 9 centavos de cada dólar gasto sendo direcionados para beneficiar os 20% mais pobres das famílias, ressaltando a urgência e a desigualdade da manutenção dos subsídios.

▪ Por fim, a aliança não governamental EFFECT apresentou um marco prático de cooperação para apoiar exportadores e importadores de combustíveis fósseis em sua transição, incluindo parcerias-piloto concretas projetadas para testar e ampliar soluções em condições reais.

▪ Juntas, as iniciativas mostram uma tendência clara: a implementação já não é mais um conceito, mas um processo em movimento. Por meio da Agenda de Ação, países e parceiros começam a montar os primeiros blocos de construção de um roteiro global para superar a dependência dos combustíveis fósseis — não de forma isolada, mas com sistemas compartilhados, aprendizado compartilhado e responsabilidade compartilhada, refletindo o espírito de “mutirão”.

“O impulso está do nosso lado. Se conseguirmos liberar o caminho à frente com este roteiro, então poderemos continuar a acelerar o ritmo.”
— Katie White, Diretora de Estratégia do Foreign, Commonwealth & Development Office (FCDO).

- Reduzindo Emissões por Meio da Eficiência

▪ A Mission Efficiency, sediada pela SEforALL, lançou a Plataforma de Mitigação de Riscos para Eficiência Energética, um novo mecanismo para conectar investidores a carteiras de projetos. A plataforma conta com ampla rede de parceiros, incluindo DFIs, organizações internacionais e setor privado. A facilidade de mitigação de riscos será um mercado único para países acessarem apoio em preparação de projetos, assistência técnica e instrumentos de redução de risco — nos setores de indústria, transporte, edificações, eletrodomésticos e iluminação.

- Ministros revelam uma Declaração histórica para um Esforço Global no Transporte: ministros do Chile e de outros nove países apresentaram um esforço coletivo para alinhar o setor de transporte — o segundo maior emissor global — à meta de 1,5°C. A declaração visa alcançar, até 2035, uma redução de 25% na demanda total de energia do setor de transporte e transferir um terço da energia do transporte para biocombustíveis sustentáveis e fontes renováveis, com trajetórias diferenciadas conforme circunstâncias nacionais. Países endossantes: Chile, Brasil, Honduras, Colômbia, República Dominicana, Espanha, Portugal, Noruega, Eslovênia, Costa Rica.

- Promovendo o acesso à energia, o Fundo para Cozinha Limpa alocou mais de USD 86 milhões em subsídios a 28 países. Com a ajuda do ESMAP, o Banco Mundial alavancou USD 102 milhões da AID/BIRD, US$ 10,81 milhões do financiamento de carbono e USD 279 milhões do financiamento privado, ajudando mais de 37 milhões de pessoas e 2.772 instituições públicas a ter acesso a soluções de cozinha limpa. Além disso, amanhã será lançada a Plataforma para Cozinha Limpa nas Escolas, para acelerar a cozinha limpa nas escolas em todo o mundo, com base em ações em andamento em 10 países, visando expandir para outros 10 países até 2026, alcançando escala global até 2030.

Mobilização Global:

- Jovens líderes pedem equidade racial nas políticas climáticas da COP30:

▪ No Círculo dos Povos, a Campeã Jovem do Clima da COP30, Marcele Oliveira, reuniu jovens líderes de comunidades quilombolas, indígenas, costeiras e periféricas para o evento “Juventude na Luta Contra o Racismo Ambiental”. Com a participação das Ministras da Igualdade Racial e da Juventude, os participantes discutiram como o racismo ambiental molda a exposição a riscos climáticos e o acesso à infraestrutura, destacando que transições climáticas justas nos setores de energia, indústria e transporte devem incorporar justiça e as realidades vividas em territórios vulneráveis. O diálogo ressaltou o papel essencial da juventude na promoção de soluções climáticas inclusivas e enraizadas nas comunidades.

“É importante ter pessoas que conhecem e sentiram o que estamos falando quando o tema é meio ambiente e clima — em posições de poder, em espaços de decisão — para nos ajudar a construir soluções e elaborar políticas públicas, que realmente pode salvar vidas.”
— Marcele Oliveira, Campeã Jovem do Clima, Presidência da COP30

- COP30 destaca ação global contra o calor extremo:

▪ Na Zona Verde, a Presidência da COP30 e o PNUMA avançaram discussões no âmbito da Força-Tarefa Global Contra o Calor Extremo, expandindo o Impulso de Implementação Beat the Heat anunciado no início da semana. A sessão de hoje destacou como o aumento das temperaturas está remodelando a vida cotidiana e criando riscos para trabalhadores de setores como construção, transporte, agricultura e indústria. Especialistas de direitos trabalhistas, saúde pública, organizações juvenis e iniciativas de adaptação climática discutiram como resfriamento sustentável, proteções no ambiente de trabalho e medidas de resiliência urbana podem proteger comunidades enquanto reduzem emissões do setor de refrigeração.

Fonte: COP30

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