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MSF responde a surto grave de malária na RDC

MSF responde a surto grave de malária na RDC
Foto: Natacha Buhler/MSF

20/05/2016

A última ocorrência de uma epidemia como a atual foi em 2012, quando foram tratadas mais de 60 mil crianças

Na segunda-feira, 9 de maio, 141 crianças foram internadas durante a noite no hospital geral de referência de Pawa, na província de Haut-Uele, no nordeste da República Democrática do Congo. Havia de duas a três crianças em cada um dos 22 leitos da ala pediátrica e colchões estavam espalhados pelo chão, entre os leitos e pelos corredores. Um surto excepcionalmente grave de malária atingiu a área de saúde de Pawa e a vizinha Boma Mangbetu.

Faltam medicamentos para tratar a malária nos centros de saúde das zonas de saúde de Pawa e Boma Mangbetu.“Estamos tão cansados de assistir crianças morrerem!”, exclama o líder das comunidades de Gatua durante uma reunião com um enfermeiro da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). “Estamos enterrando crianças ininterruptamente desde março. O centro de saúde não tem mais medicamentos para malária e as mães estão levando suas crianças para casa para morrer. A única coisa que elas podem fazer é resfriar seus filhos com água para baixar a febre.”

No início de maio, MSF lançou uma intervenção de emergência nas zonas de saúde de Pawa e Boma Mangbetu em resposta a um pedido das autoridades de saúde, já sobrecarregadas. O primeiro passo dado pela organização foi a distribuição de aproximadamente 10 mil tratamentos antimalária baseados em artemisinina e de um grande número de testes rápidos de diagnóstico para 32 centros de saúde, a fim de garantir que a doença seja tratada rápida, efetiva e gratuitamente a nível local.

“Somente uma vez nos deparamos com situação similar: em 2012, durante uma intervenção nas áreas de Ganga-Dingila, Pawa, Poko e Boma-Mangbetu tratamos mais de 60 mil crianças com malária”, explica Florent Uzzeni, gestor adjunto de programa de emergência de MSF. “Hoje, nosso objetivo primário é tratar crianças com malária simples o mais rápido possível, para que elas não desenvolvam malária grave.”

Se a doença for tratada em tempo, e com a medicação correta, o risco de complicações pode ser significativamente reduzido. No entanto, a atual falta de medicamentos e seu custo excessivo levou à multiplicação dos casos de malária, causando muitas mortes de crianças em suas casas, sem acesso a cuidados de saúde. Portanto, MSF também vai oferecer suporte aos hospitais gerais de referência de Pawa e Boma Mangbety no tratamento desses casos com complicações, que geralmente demandam cuidados intensivos, transfusões de sangue e oxigenoterapia. A equipe médica de MSF também fortalecerá a equipe médica do Ministério da Saúde. Além disso, a organização oferecerá os equipamentos e medicamentos necessários, além de treinamento para melhorar a qualidade dos cuidados.

“Vamos oferecer ajuda nas áreas com os maiores números de casos de malária, mas sabemos que outras áreas de saúde nas províncias de Haut-Uele, Bas-Uele e Ituri também foram afetadas”, continua Florent Uzzeni. “Tratamentos efetivos existem e se todos os atores envolvidos no combate à malária no país agirem rapidamente, vamos conseguir impedir a morte de muitas crianças em consequência dessa epidemia.”


República Democrática do Congo: equipes de MSF vacinaram 42 mil crianças contra o sarampo na região de Bunyakiri

República Democrática do Congo
Foto: Anna Surinyach/MSF

26/06/2015

Campanha de vacinação foi realizada em resposta a uma epidemia da doença

Membros da equipe de emergência da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) na província de Kivu do Sul, no leste da República Democrática do Congo (RDC), vacinaram crianças e jovens com idade entre seis meses e 15 anos, após autoridades terem declarado uma epidemia na região de Bunyakiri, onde diversos casos confirmados de sarampo foram registrados.

Mais de 150 pessoas foram mobilizadas para a vacinação, entre profissionais de MSF, profissionais do Ministério da Saúde e membros da comunidade. Dez equipes foram formadas ao redor das áreas de saúde de Bunyakiri, que receberam a maior parte das vacinas, e Tushunguti, uma área que é, particularmente, de difícil acesso e onde não se pode chegar com qualquer tipo de veículo. Para garantir que o número de crianças que não receberiam a vacina fosse mínimo, os profissionais foram de porta em porta nos vilarejos incluídos na campanha abordar as pessoas.

A campanha de imunização durou quase duas semanas, entre 24 de maio e 5 de junho. De acordo com estimativas de MSF, vacinas foram dadas para, ao menos, três quartos das crianças e jovens com idade entre seis meses e 15 anos na região coberta.

“Eu também fui vacinada quando era mais nova e sei que é algo muito importante para a saúde das crianças”, disse Faida, segurando a mão de sua filha Lumoo, de um ano e meio, no posto de vacinação em Bundengue.

No fim de 2012, um surto de sarampo afetou mais de 700 crianças na região de Bunyakiri, o que levou à realização de uma campanha de vacinação em massa. Regularmente, equipes de MSF têm atuado para ajudar a imunizar a população, mas campanhas de vacinação de rotina não são conduzidas o suficiente a ponto de prevenirem novos surtos. Por exemplo, em dezembro de 2014, mais de 90 mil crianças e jovens com idade até 15 anos foram vacinados na região de Minova, próximo de Bunyakiri.

O sarampo pode ser fatal em crianças se não for tratado, mas é muito fácil de ser prevenir com a vacina. A doença é extremamente contagiosa e pode causar complicações, como pneumonia, desnutrição, desidratação grave, infecções de ouvido e infecções oculares que podem até levar à cegueira. As taxas de mortalidade variam consideravelmente dependendo do contexto, mas, quando uma população não é vacinada, o sarampo pode matar entre 1% e 15% das crianças que afeta.

Por décadas, a RDC tem sido afetada por epidemias de sarampo, com um grande ressurgimento da doença desde 2010. Um estudo conduzido pelo Epicentre, o centro de pesquisa epidemiológica de MSF, indicou que entre 2010 e 2013 quase 300 mil casos foram registrados no país e mais de 5 mil pacientes (1,7% do total) morreram. De acordo com o relatório, o número de casos foi reduzido em mais de 20% após as primeiras campanhas de vacinação.

Fonte: MSF


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