No AC, pesquisadores transformam óleo de cozinha em biodiesel

Projeto é desenvolvido pela Divisão de Tecnologia de Energia de Fontes 
Renováveis (Diter), da Funtac. (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

04/08/2015

Combustível foi testado em carro durante sete meses no ano passado. 
Pesquisa é encabeçada pela engenheira florestal Nadma Farias.

Pesquisadores da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac) desenvolvem um projeto de produção de biodiesel com a utilização de óleos residuais de fritura descartados pelos restaurantes do Via Verde Shopping, em Rio Branco. Os testes do combustível foram feitos no ano passado. Atualmente, a Funtac negocia parcerias com o empresariado para uma produção em maior escala.

A coordenadora da Divisão de Tecnologia de Energia de Fontes Renováveis (Diter), Nadma Farias, explica que, apesar do trabalho com biodiesel não ser novo, o uso do óleo de cozinha é mais complicado, devido aos tipos de fritura feitas nos estabelecimentos. Após os estudos, o combustível foi testado em um veículo da própria fundação durante sete meses. Foi usada uma mistura de 20% do biodiesel.

"Existem vários tipos de óleo, porque tem restaurante que frita frango, outro bife ou batata frita. Esse material fica com resíduos e é preciso filtrar e, muitas vezes, corrigir a acidez. Mas conseguimos um bom resultado e, entre maio e novembro de 2014, usamos em um carro que percorreu 11.283 km. O veículo não mostrou nenhum tipo de diferença. É um projeto fantástico", diz.

Nadma defende que a produção do biodiesel com resíduos de óleo de cozinha representa a solução para o problema do descarte desse material que, anteriormente, era feito de forma errada, pela pia, direto no meio ambiente. Além disso, acaba sendo uma opção ao uso dos combustíveis não-renováveis. "Não usar combustíveis fósseis é trabalhar com biodiesel, etanol, e esse é o caminho que vamos seguir", diz.

Responsável pela pesquisa, Nadma Farias defende que a produção do biodiesel 
representa solução para o descarte do óleo (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Para calcular o custo da produção, segundo a pesquisadora, é necessário levar em consideração o modelo escolhido, as condições de coleta e transporte do óleo. Para os 322 litros produzidos no projeto, Nadma diz que o litro ficou equivalente ao comercializado. No entanto, ela acredita que a margem de lucro pode ficar maior quando a produção for intensificada.

Como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), diz Nadma, permite que até 30 mil litros produzidos podem ser utilizados para consumo próprio, a ideia é conseguir fazer parcerias também com empresas de ônibus ou frotas de táxi.

"Nos cálculos, de acordo com a realidade da Funtac, a estimativa tem um equilíbrio, não está além nem abaixo do mercado. Mas somos pesquisadores, quando o interessado colocar para funcionar, será diferente. É um projeto que tem tudo para dar certo", acrescenta.

Por isso, para este ano, a responsável pelo projeto diz a ideia é fazer a concessão do equipamento existente na Funtac. "Temos o equipamento na Funtac e queremos fazer a concessão. Por isso, estamos buscando novos parceiros, juntamente com o shopping, para ampliar o projeto. Podemos trabalhar também com outros restaurantes. Estamos já em negociações. O projeto tem vários desafios, mas aí entram os parceiros", finaliza.

Os estudos realizados na Funtac foram premiados. No ano passado, os pesquisadores submeteram um artigo sobre o assunto ao Congresso Nacional de Bioenergia e foram selecionados, dentre outros mais de 300 trabalhos, conclui Nadma.

Funtac quer fazer concessão de maquinário utilizado na produção do 
biocombustível (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Fonte: G1


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário e pela sua visita.
Volte sempre!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...