Ban diz que combater a mudança climática é "questão moral"

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, é visto em Viena
Foto: Joe Klamar/AFP

28/04/2015

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon: "A mudança climática está intrinsecamente vinculada à saúde pública, à segurança da água e dos alimentos, aos movimentos migratórios e à paz e à segurança"

Cidade do Vaticano - O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, defendeu nesta terça-feira no Vaticano que combater a mudança climática e seus efeitos é necessário para reduzir as desigualdades e que é "uma questão moral".

"Diminuir a mudança climática e se adaptar a seus efeitos é necessário para erradicar a extrema pobreza, reduzir a desigualdade e garantir um desenvolvimento econômico equitativo e sustentável. É por isso que eu digo que é uma questão determinante de nosso tempo", disse após se reunir com o papa Francisco.

"A mudança climática está intrinsecamente vinculada à saúde pública, à segurança da água e dos alimentos, aos movimentos migratórios e à paz e à segurança. É uma questão moral. Uma questão de justiça social, direitos humanos e ética fundamental".

Neste sentido, o líder da ONU disse que "a ciência e a religião não são conceitos opostos", mas devem estar "alinhados" nesta questão e pediu às autoridades espirituais presentes em um fórum dentro do Vaticano que façam isso virar realidade.

"A erradicação da pobreza extrema, pondo fim à exclusão social dos frágeis e marginalizados, e a proteção do meio ambiente são valores plenamente compatíveis com as doutrinas da grandes religiões", defendeu.

Além disso, Ban ressaltou que "a mudança climática está ocorrendo agora", que afeta especialmente aos mais pobres e que as atividades humanas "são sua principal causa".

"Nossa resposta deve ser global e apoiada em valores universais. A mudança climática afeta a todos, mas não a todos por igual", assinalou.

Ban se disse convencido que o povo "está se dando conta que devemos mudar nosso modo de atuar" e muitos países estão investindo em "energias limpas que certamente podem manter um desenvolvimento sustentável".

Por essa razão, o secretário-gerla lembrou que "para mudar nossas economias, no entanto, é preciso que mudemos nosso modo de pensar e nossos valores", algo que o âmbito religioso "pode exercer um valioso papel".

Neste sentido, Ban elogiou as repetidos chamadas do papa Francisco para combater os efeitos da mudança climática e disse que "espera com vontade" sua encíclica, que versará sobre esta questão.

"Direi ao mundo que proteger nosso meio ambiente é um imperativo moral e uma obrigação sacra para todas as pessoas de fé e de consciência do mundo", apontou.

Assim, repassou a agenda do ano em curso, no qual serão realizados vários foros sobre o desenvolvimento sustentável e a mudança climática, como a Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em julho em Adis-Abeba, e a Cúpula da ONU sobre desenvolvimento sustentável, que acontecerá em dezembro em Paris.

"Paris não é um ponto final, mas deve constituir um caminho comum para um consenso sobre a mudança climática. Necessitamos de um acordo universal, justo e ambicioso e os países industrializados devem ser os primeiros a dar o passo por uma questão de igualdade e de responsabilidades históricas", disse.

E pediu aos países que "invistam em energias limpas que beneficiem os pobres e limpem nosso ar" porque "o desenvolvimento sustentável exige energia para todos".

"Somos a primeira geração que pode acabar com a pobreza e a última geração que pode temer os piores impactos da mudança climática", disse Ban

Suas palavras foram ditas na abertura do ato "Proteger a Terra, dignificar a humanidade", realizado hoje no Vaticano e que contou com a assistência de líderes religiosos e do presidente do Equador, Rafael Correa.

Fonte: Exame.com


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