Preservação deve ser prioridade, defende astronauta brasileiro

Marcos Pontes falou para estudantes e professores, em Ferreiros, sobre a 
experiência da viagem espacial. Foto: Jailson da Paz/DP/D.A.Press
27/11/2013

A viagem ao espaço em 2006, admite Marcos Pontes, 50 anos, mudou radicalmente o seu modo de enxergar o mundo. Não apenas por ser o primeiro astronauta brasileiro, mas ao entender que “nós, seres humanos, somos peças pequenas no universo”, disse. Na semana passada, Marcos esteve em Ferreiros, no Agreste, onde participou da inauguração do Observatório Astronômico Monte Saturno, e no Recife, para palestra. Entre as atividades, concedeu a entrevista abaixo ao blog:

O senhor costuma dizer que a sua vida mudou após ver a Terra do espaço. Que mudanças ocorreram?

Vi o quanto somos pequenos e ao mesmo tempo reforcei a ideia de que somos parte integrante de algo maior. Somos pequenos, mas importantes, assim como a Terra é significante para o Universo. Tudo saiu do mesmo lugar e é a mesma coisa.

Qual o momento mais marcante da viagem?

O mais importante não foi o dia do lançamento – ocorrido em 29 de março de 2006 -, mas o dia anterior, quando os russos, com aquele jeitão deles, disseram: Marcos, você tem 30 minutos para se despedir de sua família. Pensei, quando meus dois filhos e minha mulher deram as costas após a conversa, que aquela seria última vez que veria eles.

Ao voltar do espaço, o senhor disse que priorizaria algumas ações. Quais?

Quando desci à Terra decidi que priorizaria dois pontos: a luta por uma melhor educação e pelo meio ambiente. Minhas ações hoje, no Brasil e no Mundo, têm como uma das preocupações a sustentabilidade. A preservação do planeta deve ser prioridade.

E a educação no Brasil mudou de 2006 para cá?

Temos muito a fazer. Existem bons exemplos no país que precisam ser institucionalizados e federalizados. Para isso, precisamos de professores motivados e bem remunerados. Os professores do ensino fundamental precisam de uma formação adequada. Quanto ao ensino médio, acredito que se deve incluir a parte profissionalizante mesmo que seja necessário mais um ano de ensino. O ensino superior, por sua vez, deve ter mais conexão com as empresas, que pode levar a receber mais investimentos privados. Isso é possível e necessário, e exige ação política.

Como seria essa ação política?

Não devemos fugir da poolítica. A política tem que ser vista como missão e não como profissão. Do jeito que cumpro minha missão de astronauta, as pessoas eleitas devem exercer a missão no Congresso Nacional com honestidade e competência. Afinal, o povo paga o imposto e sabe o quanto isso custa.

Pensa em voltar ao espaço?

Se aceitar um dos convites de empresas norte-americanas pode ser que vá no próximo ano ou em 2015. Optar por viajar novamente significaria ficar direto nos Estados Unidos, mas tenho muitos compromissos no Brasil. A tendência é adiar um projeto de viagem.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário e pela sua visita.
Volte sempre!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...