Dos 13 mil estudantes universitários do Haiti, mil ainda estão desaparecidos - Foto: Pablo Gomes / Agencia RBS
Estudantes fazem parte de convênio internacional com base na ajuda humanitária
Publicado em 09/08/2011
Por Ângela Bastos
Sete universitários que tiveram os estudos interrompidos por causa do terremoto de 12 de janeiro de 2010, no Haiti, chegam nesta segunda-feira em Florianópolis. O grupo faz parte de um total de 32 haitianos que vão completar os estudos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Trata-se de um convênio internacional com base na ajuda humanitária, coordenado pela Secretaria de Relações Institucionais e Internacionais (Sinter). O objetivo é possibilitar o término dos cursos considerados de grande importância no trabalho de reconstrução do Haiti, como engenharias e arquitetura. Na quarta-feira chegam os 25. Os voos estão previstos para 12h25.
Todos os alunos estão na quarta fase e antes de ingressarem no curso normal terão que aprender o idioma português. No Haiti, a língua oficial é o francês. A permanência no Brasil será de 18 meses, sendo seis para o aprendizado do português e um ano para finalizar a graduação.
Ajuda na reconstrução
Terminado o curso eles retornam para o Haiti para ajudarem a reconstruir o país, explica o professor Enio Luiz Pedrotti, secretário de Relações Internacionais da UFSC e responsável pelo programa. A ideia da UFSC, conta o professor, era de que os 32 haitianos ficassem hospedados em casas de famílias cadastradas na Sinter.
Mas não foi possível: cada aluno tem uma bolsa mensal de R$ 750, da Capes, para se manter. As famílias exigiam R$ 1 mil, o que inviabilizou. Por causa disso, a UFSC providenciou aluguel em duas casas e um apartamento, na Lagoa da Conceição.
Cada estudante paga R$ 250 mensais. Os haitianos poderão fazer duas refeições no Restaurante Universitário (RU) e o transporte coletivo com passe, como ocorre com os demais estudantes. A escolha da UFSC pelo Ministério da Educação, através do setor de Cooperação Internacional da Capes, deu-se por se tratar de uma universidade considerada com qualificação no ensino da Língua Portuguesa.
Esta é a primeira vez que a UFSC recebe haitianos. Mas a universidade tem ações com diferentes países. Estudam na universidade 125 africanos e uma média de 180 alunos europeus passam pela instituição a cada ano. A chegada dos haitianos devia ter ocorrido em setembro do ano passado, mas problemas burocráticos entre os dois países atrasaram. Além da UFSC, recebem estudantes a Unicam (Campinas) e a Universidade de São Carlos.
O terremoto
Em 12 de janeiro de 2010 o Haiti sofreu um terremoto catastrófico que teve seu epicentro na parte oriental da península de Tiburon, a cerca de 25 km da capital haitiana, Porto Príncipe. O forte terremoto de 7 graus na escala Richter destruiu com o país.
Os alunos
Dos 13 mil estudantes universitários do Haiti, mil ainda estão desaparecidos. Com o desmoronamento dos prédios, os estudantes que sobreviveram ficaram sem local para estudar. O processo de reconstrução do país exige conhecimento em áreas específicas, como engenharias, agronomia, zootecnia. Assim como médicos, enfermeiros e nutricionistas para cuidar da população.
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