Haiti, um ano e meio depois: à espera da reconstrução


Assentamentos levantados como medida de urgência há mais de um ano ainda são realidade no cotidiano dos haitianos. Foto: Patricia Varela/OHCHR

30/06/2011
Paula Thomaz

Em entrevista a CartaCapital a relatora para o Direito à Moradia Adequada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Raquel Rolnik, fala sobre a situação dos haitianos que ainda vivem em acampamentos um ano e meio após o terremoto que devastou o país

Raquel Rolnik é arquiteta e urbanista e professora da FAU/USP. Há três anos é relatora para o Direito à Moradia Adequada do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ela foi convidada, no último mês, a visitar o Haiti, quase um ano e meio após um terremoto de magnitude 7 devastar o país, deixando cerca de 230 mil mortos, milhares de desabrigados e um cenário de total destruição. In loco, Raquel verificou a situação precária em que vive boa parte da população e examinou denúncias de remoção forçada de famílias que não têm para onde ir. “É trágico”, resume.

No Haiti, 80% da população vivia com menos de 2 dólares mesmo antes da tragédia. A taxa de desemprego ultrapassava 70% e menos de 12% das pessoas tinham acesso à eletricidade, segundo informações do Departamento de Estado americano. E desde janeiro de 2010, aquele povo já em sérias dificuldades tenta sobreviver com o que restou do lugar.

A retirada de escombros, segundo Raquel, segue lenta assim como a reconstrução da capital, Porto Príncipe. Na entrevista, ela diz que a ajuda humanitária e financeira dos países está cada vez mais escassa e os problemas ainda são quase os mesmos de um dia depois do terremoto. Só que, agora, a solidariedade parece ter se esgotada: famílias que ainda hoje estão acampadas em áreas emprestadas para o momento de urgência precisam desocupar alguns espaços de propriedade privada e outros públicos. “Os proprietários privados querem remover as pessoas, porque querem usar sua propriedade e não têm um horizonte de quando o acampamento vai sair de lá, então começaram as remoções forçadas em abril. O grande problema é fazer isso sem que tenha outra opção para essas pessoas. É um crime. Essa foi uma das razões para eu ir pra lá”, esclarece.

Nesta entrevista a relatora da ONU afirma ainda que a vida é bem melhor em alguns assentamentos do que nos bairros de onde as pessoas vieram. “Porque pelo menos no acampamento, embora seja numa tenda provisória, existe distribuição de água potável, distribuição de remédios e de comida”. E aponta uma possível solução para algumas áreas ocupadas.

Confira aqui a íntegra da entrevista.

CartaCapital

Um comentário:

  1. on järkyttävää lukea mikä on todellinen tilanne.. maailmassa kerättiin paljon rahaa, myös meidän pieni maa keräsi haitin katastrofirahastoon konserteilla ja muilla keräyksillä.. mihin se avustus raha joutuu? Se täytyy olle siellä haitissa se välikäsi, miksi pysähtyy apu.. Tosin tämä oli suuri katastrofi, mutta silti pitäisi olla jo enemmän tehty.. Mitä voi pieni ihminen tehdä?

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