Alunos do Haiti vão chegar até agosto



Estudantes do país caribenho vão passar 18 meses na UFSC, na Capital

28 de abril de 2011


A vinda de estudantes do Haiti, país arrasado pelo terremoto em 12 de janeiro de 2010, para complementar os estudos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está mais próxima. Quase um ano depois do anúncio do convênio internacional com base na ajuda humanitária entre os governos brasileiro e haitiano, a Secretaria de Relações Institucionais e Internacionais (Sinter) da UFSC recebeu, ontem, a notícia.

Dia 12 de maio sai o resultado da segunda seleção de universitários haitianos dispostos a vir para o Brasil terminar o último ano de estudos. A expectativa é de que estejam em Florianópolis em agosto.

Ao todo serão 1.524 inscritos, mas somente 170 vagas foram colocadas à disposição pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para a UFSC devem vir entre 20 e 30 estudantes. As outras três instituições são a Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O objetivo é capacitar os profissionais para que eles reergam o país devastado.

– Estamos desde o ano passado com a logística pronta para acolher os estudantes, tanto na universidade quanto nas famílias que irão hospedar os estudantes – conta o secretário de Relações Internacionais da UFSC, professor Enio Luiz Pedrotti.

Ele esclarece que alguns fatores contribuem para a demora da chegada dos haitianos, prevista inicialmente para setembro do ano passado.

– O terremoto fez desaparecer a documentação e os registros escolares dos estudantes. Não havia nem como provar que realmente estavam no último ano do curso – explica.

Para ajudar a solucionar o problema, a Capes montou uma comissão de especialistas para ir ao Haiti e conversar com os estudantes e testá-los para ver se tinham conhecimento em determinados conteúdos. Mas houve um surto de cólera e, por precaução, o governo brasileiro impediu que os professores viajassem.

Aos poucos, a seleção foi feita. No primeiro momento foram 500, agora são mais 1.024 inscritos. Mas ainda há outro problema: os haitianos terão que passar pelos Estados Unidos, e a demora na obtenção do visto preocupa os organizadores da viagem.

Em 18 meses, seis serão para aprender a língua portuguesa

O processo de reconstrução do país exige conhecimento em áreas específicas – como engenharias, agronomia e zootecnia –, assim como médicos, enfermeiros e nutricionistas para cuidar da população, e isso eles aprenderão no Brasil. Todos os alunos que virão para o Brasil estão na quarta fase e, antes de ingressarem no curso normal, terão que aprender a falar português. No Haiti, a língua oficial é o francês.

A permanência no Brasil será de 18 meses – seis para aprender o português e um ano para finalizar a graduação. Para custear as despesas com material para o ensino do Português, a UFSC receberá cerca de R$ 20 mil. Os professores serão alunos do curso de doutorado em Português.

angela.bastos@diario.com.br

Ângela Bastos


Fonte: Diário Catarinense

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