AGRICULTURA FAMILIAR COM INTELIGÊNCIA DE DADOS: A STARTUP SUMÁ



21/04/2018

Batizado com o nome da deusa tupi-guarani da agricultura, o Sumá é uma plataforma que conecta agricultores familiares com compradores recorrentes de alimentos, como hotéis, restaurantes e cozinhas industriais. De acordo com a ÉPOCA Negócios, o Sumá é hoje uma das 100 startups mais significativas no país. Ao mesmo tempo de ser um modelo de negócio atraente para investidores e aceleradoras, a empresa impacta de forma positiva a vida de agricultores familiares e contribui para melhorar a alimentação da sociedade.

A equipe fundadora do Sumá trabalhava anteriormente em projetos em campo com agricultura familiar. A tecnologia surgiu como uma alternativa de conseguir fazer um acompanhamento permanente de agricultores e cooperativas na produção. De acordo com Daiana Lerípio, cofundadora da startup, a plataforma permitiu uma assertividade proporcionada por informações sistematizadas de mercado, que orientam o planejamento da produção agrícola em um determinado território, além de atingir um aumento exponencial da base de agricultores, compradores e de valores comercializados.

Antes de colocarem o Sumá em prática, os idealizadores da startup participaram do SGB Lab, em 2016, para entenderem as melhores estratégias de uso da plataforma.  Na próxima semana, o Sumá estará junto ao Social Good Brasil no SingularityU Brasil Summit, evento que vai reunir as principais lideranças e empreendedores do Brasil para discutirem sobre como as tecnologias exponenciais (como robótica, inteligência artificial e big data) estão transformando os negócios da humanidade.


A plataforma

A tecnologia utilizada pelo Sumá chama a atenção dos agricultores, não somente por fazer o intermédio entre potenciais clientes, mas também por usar uma inteligência que qualifica e otimiza o trabalho de campo. Criado no modelo MobileFirst (em que o foco inicial da arquitetura é direcionado a dispositivos móveis e em seguida para desktop), a plataforma também pode ser acessada offline, considerando que o público agricultor muitas vezes sofre com dificuldades na qualidade de rede em suas regiões ou até não possuem sinal de internet.

Para os agricultores familiares é oferecido o modelo freemium de acesso à plataforma. O aplicativo é acessado por meio de mensalidades (fee). Os compradores de alimentos pagam uma taxa de corretagem por compra efetuada via plataforma, alinhada com a redução de custos promovida pela compra direta. O Sumá, nesse processo, coleta dados dos fornecedores e compradores. As informações obtidas são cruzadas para:

-Seleção de fornecedores com base na distância do ponto de entrega, com fim de reduzir custo com transporte;

-Curadoria sistematizada para avaliar se o fornecedor atende todos os requisitos estabelecidos pelo comprador;

– Atuação com base em saturação geográfica e volume das demandas locais;

-Compartilhamento de rotas entre fornecedores para fim de redução de custos;

Atualmente, a base de usuários do Sumá é constituída por 10 cooperativas com 1595 famílias e outras 90 famílias não cooperativadas. Além disso, eles contam com 103 compradores, sendo 78 prospectados pela equipe e 25 cadastros espontâneos de diversos estados brasileiros.

A tecnologia não como fim, mas como meio

“O Sumá usa tecnologia de forma intensiva, porém igualmente somos intensivo em capital humano, que permita a construção de relacionamentos duradouros baseados em confiança. Isso demanda tempo e requer acompanhamento constante”, explica Daiana.  Além disso, o Sumá segue os propósitos de movimentos como o Slow Food e o projeto Alimentos Bons, Limpos e Justos. “Incentivamos por parte dos compradores o consumo de alimentos produzidos localmente, respeitando sazonalidade e conhecendo a história do agricultor e do alimento”, completa.

Horizontes do Sumá

Por trabalharem com uma grande quantidade de dados dos usuários, o Sumá estuda fazer o uso da Inteligência Artificial. “O uso de Inteligência Artificial, embora não apliquemos ainda, está em nosso roadmap para um horizonte breve. Com uso de Machine Learning e experiências compartilhadas visamos auxiliar tecnicamente os produtores na adoção das melhores práticas para rotatividade de plantio”, explica Daiana.

A organização enxerga nas tecnologias exponenciais um potencial para o empreendedorismo de impacto social no Brasil. De acordo com Daiana, “o uso adequado dessas tecnologias, respeitando a integridade física e moral das pessoas, bem como de toda natureza, elevará a humanidade a um novo nível de consciência”.

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