Padre adota cães de papeleiro morto queimado em Caxias do Sul, RS


Padre Renato sorri ao lado de Scooby, Preta e a carroça de Miguel (Foto: Arquivo Pessoal)
08/10/2012

Sacerdote diz que adoção é homenagem a Carlos Miguel dos Santos.
Ele foi vítima de adolescentes que atearam fogo em seu corpo.

Caetanno Freitas
Do G1 RS

Uma atitude simples em memória de um papeleiro morto por adolescentes que atearam fogo a  seu corpo há cerca de duas semanas emocionou a população de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul. O mesmo padre que fez o sepultamento de Carlos Miguel dos Santos adotou os dois cachorros que pertenciam a ele e que estavam sem dono desde então. Em contato com o G1, o pároco Renato Antônio Ariotti, de 51 anos, revela a alegria de poder dar abrigo e alimento aos animais. Segundo ele, a adoção foi feita para que as pessoas não se esqueçam da "covardia" aplicada contra o homem.

Ao atender o telefone, padre Renato pediu uns segundos para se afastar de Scooby e Preta. "Espera aí que eu vou levar eles lá para fora. Os dois não me largam mais agora", brincou. "Eu trouxe para a paróquia muito em função do incentivo que recebi dos colegas. Eles pediram para eu ouvir meu coração e foi exatamente isso que eu fiz. Mas os cachorros do Miguel não vieram sozinhos. A gente trouxe também a carroça que ele trabalhava para que eles se acostumassem com o novo ambiente. Agora eles já estão se sentindo em casa", explica o sacerdote.

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Até a adoção, Scooby e Preta estavam recebendo os cuidados de duas mulheres que se sensibilizaram com o caso. Depois de verem os cães no terreno baldio que Miguel morava, Silvana e Tatiana uniram forças para encontrar um novo dono. Até que, no último sábado (6), receberam a ligação do padre. "Elas ficaram tão felizes quando receberam a notícia. Eu fico emocionado de poder ajudar esses cachorrinhos. Eles sentem muito a falta do nosso amigo Miguel. Eu acho que essa nossa atitude vai fazer com que as pessoas não se esqueçam do que aconteceu, da forma brutal com que aqueles jovens mataram ele. Foi uma covardia", diz o padre. "Toda cidade está comentando esse assunto. Quero que isso promova cada vez mais a paz e o amor entre as pessoas".

No próximo domingo (14), padre Renato diz que irá reunir toda comunidade para orar em memória do papeleiro. "Estou convidando todos os admiradores de animais e todas as pessoas que quiserem comparecer para homenageá-lo nessa celebração da paz".

Carlos Miguel dos Santos foi morto por adolescentes que atearam fogo no papeleiro enquanto ele dormia. Ele teve 85% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos. A Vara da Infância e da Juventude do município decretou a internação dos jovens com idades entre 13 e 15 anos por homicídio triplamente qualificado, já que praticaram o crime por motivo torpe (vingança), por meio cruel (fogo) e com recurso que dificultou a defesa da vítima, que estava dormindo. Em depoimento à polícia, os adolescentes disseram que queriam "dar um susto" no papeleiro.

Fonte: G1 RS

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