Prêmio de Ecologia monta júri de peso para comemorar 20 anos

Criado na esteira da Rio 92, a Conferência da ONU que inaugurou uma nova era ambiental, reunindo mais de uma centena de chefes de Estado que discutiram no Rio de Janeiro as novas bases de relacionamento do homem com o meio ambiente, o Prêmio Expressão de Ecologia completa duas décadas em 2012, como o principal registro das mudanças ambientais acontecidas na Região Sul neste período. A Editora Expressão aproveitará a ocasião para lançar o Livro Verde do Sul, em outra conferência marcante da ONU, a Rio+20, que acontecerá em junho na capital carioca, narrando os 20 anos dessa revolução ambiental na economia sulista, associada aos grandes temas globais. Será um dos mais completos documentos dos passos dados na trajetória do desenvolvimento sustentável nas empresas, prefeituras, ONGs, escolas entre uma conferência e outra, com ênfase no Sul.

O livro será lançado também no Fórum de Gestão Sustentável que acontecerá em agosto, na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, quando serão premiados os vencedores da histórica edição dos 20 anos do prêmio - certificado pelo Ministério do Meio Ambiente como o maior do país em seu segmento. As inscrições para o prêmio encerram-se nesta sexta-feira, dia 14. Para esta premiação especial, o coordenador e criador do prêmio, o sociólogo Odilon Macedo, selecionou um time de supercraques ambientais, que se reunirão nos dias 20 e 21 de outubro no resort Costão do Santinho, em Florianópolis. De São Paulo virá o diretor de meio ambiente da poderosa FIEP, Mario Hirose. Cláudio Langone, coordenador de sustentabilidade da Copa do Mundo de 2014 virá de Brasília.

Adão José Laslowski representará o secretário de meio ambiente do Paraná. O Rio Grande do Sul mandará o presidente da Fepam – a Fatma gaúcha –, Carlos Niedersberg e o ex-presidente da Fepam e ex-secretário de meio ambiente, Cláudio Dilda, um dos maiores conhecedores das questões ambientais gaúchas. O coordenador para todo o Sul do Instituto Chico Mendes – ICMBio –, Ricardo Castelli Vieira, representará o Ministério do Meio Ambiente.

Santa Catarina contará no júri com a nata de seus ambientalistas. Lá estará o decano deles, Laura Bacca, fundador da Acaprena, a mais antiga ONG do estado. O diretor de licenciamento da Fatma, Heriberto Hülse Neto, e o professor-doutor e biólogo Ademir Reis, considerado o sucessor do lendário padre Raulino Reitz, são outros nomes de peso. Halen Guerra Nery, presidente da Ecosul, uma das mais atuantes sociedades de proteção animal e homem que costuma ser visto comandando arriscadas operações de salvamento de animais nas trágicas enchentes do Vale do Itajaí, e a mestre em Gestão Ambiental pela UFSC, Isolete Dozol e o biólogo Diego Perez completam essa poderosa equipe ambiental.

Uma reunião de mentes capazes de alavancar muitos temas para a Rio+20, uma conferência que mais uma vez decidirá os destinos do planeta, que é varrido por um número cada vez maior de catástrofes naturais, aquecimento climático, superpovoamento de cidades, algumas delas nada sustentáveis, escassez de água, aumento de população e de fome no mundo. O conflito entre o meio ambiente e a necessidade de crescimento, como na China, onde dezenas de milhões trocam as bicicletas pelos altamente poluidores automóveis, ou no Brasil, pelas gigantescas obras do PAC. Com a Alemanha fechando suas usinas nucleares.

Muita coisa mudou desde a Rio 92, mas há muito a ser feito. A ganância dos empresários era vista como uma das principais causas da degradação ambiental. Florestas devastadas, fumaça tóxica, águas de rios com espumas de odor desagradável e coloridas por resíduos tóxicos, peixes mortos, agrotóxicos, e desperdício de água e energia eram o pano de fundo da produção sulista. A década de 90 começou como um furacão na vida das empresas brasileiras. Abertura brusca da economia, privatização, competição internacional por muitas vezes desleal e o começo de uma legislação ambiental no Brasil, com a criação de órgãos de fiscalização municipais, estaduais e federais.

Muitos empresários brasileiros sucumbiram, mas a maior parte revolucionou suas empresas que acabaram tornando-se competitivas e algumas de classe mundial. A Embraco, por exemplo, conquistou o primeiro Prêmio Expressão de Ecologia, em 1993, com um case emblemático: o lançamento do primeiro compressor refrigerado sem o CFC, gás altamente nocivo para a camada de ozônio. Desde 1987 ela destinava 2,5% de seu faturamento para dominar a tecnologia sem CFC. Atualmente é um das maiores fabricantes mundiais. Imagine quanto ela aliviou a camada de ozônio nessas duas décadas?

Nessa mesma premiação a Hering lançava a primeira camiseta feita com fibras naturais, sem alvejantes ou produtos tóxicos que muitas vezes iam par a água dos rios. A Tedesco, outra ganhadora, destruiu a antiga fábrica e construiu outra por US$ 15 milhões para recuperar a soda cáustica que ia para o Rio do Peixe e se transformava na perigosa lixívia negra, que causava grande mortandade de peixes – nos anos 70 e 80 eles praticamente sumiram nas águas cor de café, com espumas malcheirosas. Atualmente as águas do rio são límpidas e um excelente pesqueiro. A Docol conquistava o prêmio com uma torneira que liberava água com um toque e evitava o desperdício.

É esta trajetória que o Livro Verde do Sul contará, com o surgimento de ONGs que se tornaram altamente profissionais, ambientalistas combativos e que ganharam os primeiros troféus de personalidade ambiental do prêmio, como José Lutzemberger ou Magda Renner. Em anos posteriores empresarios que aderiram à causa passaram a ser premiados, como Udo Döhler, Carlos Odebrecht, Wander Weege e o lendário cooperativista Aury Bodanese.

Inscreva-se no 19º Prêmio Expressão de Ecologia:

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