22/06/2011
O Parlamento haitiano rejeitou esta terça-feira (21) a nomeação do novo primeiro-ministro, Daniel-Gérard Rouzier, o que representou um revés para o presidente Michel Martelly, que havia indicado este homem de negócios após chegar ao poder no mês passado.Quarenta e dois deputados votaram contra sua indicação, a maior parte membros do Inité, o partido do ex-presidente René Préval. Dezenove deputados votaram a favor e três se abstiveram.
“A Câmara de Deputados rejeitou a nomeação de Daniel-Gérard Rouzier como primeiro-ministro. Nós escrevemos ao presidente da República para informá-lo e pedir que nomeasse um outro primeiro-ministro”, declarou o presidente da assembleia, Saurel Jacinthe.
Durante as discussões precedentes à votação, muitos deputados se preocuparam com o fato de Rouzier ser um empresário e destacaram o risco de um eventual conflito de interesses se ele viesse a ocupar as funções de chefe de governo. Rouzier é o fundador da companhia de eletricidade E-Power, que tem contrato com o Estado haitiano.
Discussões acaloradas sobre esta indicação levaram a uma interrupção da sessão na segunda-feira. Mais de um mês depois da posse do novo presidente, o Haiti ainda não tem um governo legítimo, após a demissão do primeiro-ministro Jean-Max Bellerive e de seu gabinete ministerial.
Após a proclamação dos resultados da eleição presidencial haitiana, erm abril passado, o Vermelho publicou reportagem, que previa o conflito para a eleição do primeiro-ministro. Em entrevista, o embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean já alertava para a necessidade de o novo governante negociar com a oposição, que obteve maioria no Congresso.
“A Constituição diz que, quando o partido político do presidente eleito sai das urnas com a maioria absoluta (50% mais um) nas Câmaras (Senado e Congresso), ele escolhe o primeiro-ministro. Mas, se esta situação não ocorre, então o presidente do país e os presidentes das duas Câmaras têm que designar juntos, por acordo, quem vai ser o primeiro-ministro. Este é um processo muito democrático, mas complicado, sobretudo em um país que não tem uma política muito assentada”, disse o embaixador, à época.
Correio do Brasil
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