Equipe salva baleia em Capão Novo/RS


Grupo fez duas tentativas frustradas até conseguir rebocar a baleia jubarte que encalhou na praia do litoral gaúcho
Foto: Pedro Revillion/Correio do Povo

25 agosto 2010
Terminou bem a grande operação montada ontem em Capão da Canoa com o objetivo de desencalhar uma baleia jubarte presa em um banco de areia desde a manhã de domingo. Após duas tentativas frustradas, biólogos do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), com apoio de técnicos de outras instituições, conseguiram retirar o animal da areia por volta das 16h15.
Os trabalhos foram acompanhados por centenas de pessoas que se aglomeraram na beira da praia. Palmas e muita comemoração marcaram o momento em que a jubarte enfim começou a nadar lentamente em direção ao alto-mar.

O biólogo do Ceclimar, Maurício Tavares, explicou que a demora na retirada se deveu à necessidade de um planejamento detalhado, pois foi a primeira vez que uma operação desse tipo ocorreu no Estado. “O resgate oferecia riscos tanto para o animal quanto para os mergulhadores.”

Na operação, mergulhadores colocaram uma cinta em torno da jubarte, que tinha cerca de 11 metros e peso superior a 20 toneladas. Em duas ocasiões, o dispositivo se soltou, frustrando a equipe, que chegou a paralisar as atividades a fim de traçar novas estratégias. A seguir, os mergulhadores retornaram ao mar e um deles, Renato Schmidt, de 25 anos, montou sobre a baleia para garantir a correta colocação da cinta. Emocionado, ele admitiu que sentiu medo, mas disse que a vontade de ajudar foi mais forte. “Senti que ela estava bem calma. Parecia que ela sabia que estávamos querendo ajudar. Não tem preço que pague essa emoção.”

Com a cinta devidamente colocada, a baleia foi retirada da areia por um rebocador. A fim de garantir que ela não retornasse à costa, encalhando novamente, uma embarcação acompanhou seu deslocamento até por volta das 18 horas. Como a baleia estava bastante desorientada, ela demorou para tomar o rumo do alto-mar. Conforme os pesquisadores, a jubarte seguirá até a Bahia, em uma migração anual característica da espécie.

Jubarte migra anualmente até as águas quentes do nordeste para reproduzir
Divulgação/GS
Saiba mais

O Instituto Baleia Jubarte, que luta no Brasil pela preservação da espécie, explica em sua página na internet ( www.baleiajubarte.com.br):

Conhecida também como baleia corcunda, a baleia jubarte é chamada pelos cientistas de Megaptera novaeangliae. Quando uma jubarte salta, rompendo a tranqüilidade das águas, é um espetáculo impressionante. Elevando seu corpo quase completamente fora d’água, por alguns segundos ela parece querer vencer a gravidade e alçar voo. Neste momento suas longas nadadeiras peitorais, que chegam a medir até 1/3 de seu comprimento, poderiam ser comparáveis às asas de um pássaro. Esta é a origem do nome Megaptera que em grego antigo significa ‘grandes asas’. Quem observa uma jubarte saltando fica fascinado com a beleza do espetáculo, mas com certeza ficaria ainda mais impressionado ao descobrir que aquele corpo que se projeta no ar pode pesar de 35 a 40 toneladas e medir cerca de 16 metros de comprimento.
Fonte: Gazeta do Sul

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