Filha de haitiano, adolescente americana emociona US Open e vira sensação

Com apenas 17 anos, Victoria Duval, número 296 do ranking,
venceu a australiana Samantha Stosur, 11ª do circuito Foto: AP
30/08/2013

Nascida em 30 de novembro de 1995, a tenista americana Victoria Duval não causou grande impressão ao entrar em quadra na última terça-feira, para estrear na chave principal da edição 2013 do US Open contra a australiana Samantha Stosur, campeã da último Grand Slam da temporada em 2011. Com um óculos diferente no rosto, um boné preto, uma camiseta longa rosa e um shorts azul com algumas estampas, Duval levou só estranheza ao público. O sentimento não seria o mesmo duas horas e 18 minutos mais tarde.

"Surpresa", talvez, possa ser a melhor definição dos primeiros instantes após a incrível virada contra Stosur por 5/7, 6/4 e 6/4. Meia hora depois, "sensação" foi a melhor palavra para descrever o que a adolescente de 17 anos representa para o US Open. Ao ter a história divulgada para o mundo através de jornais e sites, entretanto, a melhor palavra para descrever o que Victoria Duval revela em quem acompanha sua saga é "emoção". 

A começar pelo relato de quem a observava de um canto da arquibancada da quadra Louis Armstrong: o pai da garota, o haitiano Jean-Maurice Duval. Em 12 de janeiro de 2010, a casa de Jean, a mesma em que Victoria e seus dois irmãos cresceram, foi destruída pelo terremoto que devastou o Haiti.

O pai da sensação do US Open estava dentro e ficou por 11 horas soterrado pelos destroços; Saiu dos escombros vivo, "apenas" com cinco costelas quebradas, o pulmão perfurado e o braço esquerdo paralisado. Mas vivo, miraculosamente salvo por um vizinho e operado no quintal da casa ao lado para ter o pulmão salvo.

No momento do terremoto, Victoria Duval, a mãe e os irmãos viviam em Atlanta, onde a jovem treinava para realizar o sonho de virar tenista. Antes de encontrar a família, o pai passou 16 dias internado em Miami para se recuperar dos traumas sofridos,. Logo após, Jean Duval resolveu se mudar do Haiti e passou a morar em Montreal, com uma quadra de tênis no quintal - o terreno devastado em Porto Príncipe permanece vazio.

Com certeza a tragédia vivida pelo pai passou pela cabeça da tenista durante algum momento da disputa contra a australiana, número 11 do ranking - Duval aparece apenas na posição 236 da lista da WTA. De acordo com Jean, antes do confronto a filha lhe prometeu: "Papai, nós vamos conseguir. Vou dar o melhor do meu jogo nesta noite". Não apenas deu o melhor, como fez uma das histórias que ficarão para a posteridade no US Open 2013.

Fonte: Terra

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