Dia Nacional da Mata Atlântica

Em 27 de maio celebra-se o Dia da Mata Atlântica, um dos oito biomas brasileiros, protegido pela Constituição Federal como patrimônio nacional (artigo 225, § 4º). Estendida em 91.000 Km² do país, ela abriga uma das mais altas taxas de diversidade biológica do mundo, com muitas espécies em extinção.

Por que 27 de maio? A escolha da data, estabelecida em um decreto presidencial de 1999, remonta à colonização do Brasil pelos portugueses. Foi no ano de 1560 que, sensibilizado com a extraordinária biodiversidade da Mata, o Padre José Anchieta, escreveu a famosa Carta de São Vicente, primeiro registro histórico sobre o bioma. Na Carta, endereçada ao Padre Geral de São Vicente, o Pe. Anchieta descreveu a fauna, a flora e os moradores das “florestas tropicais”, como chamou a Mata na época. A Carta foi assinada no dia 27 de maio – daí a origem do Dia Nacional da Mata Atlântica. Apesar da devastação que vem sofrendo desde 1500, a grandiosidade da Mata ainda impressiona: presente em 17 dos 26 estados brasileiros, do Rio Grande do Sul ao Piauí, ela apresenta diferentes relevos e paisagens e uma biodiversidade que chega a mais de 22 mil espécies de animais e plantas. E o que mais chama a atenção é que muitas dessas espécies são endêmicas, ou seja, não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta. De todas as espécies da Mata, sem dúvida a mais conhecida é o Pau-brasil (Caesalpinia echinata), que deu nome ao país em que vivemos. Hoje ameaçada de extinção, sua extração foi a primeira atividade econômica dos portugueses que chegaram às Américas há mais de meio milênio e, possivelmente, o primeiro grande impacto sobre a floresta. Depois disso, vieram outros ciclos econômicos que também causaram perdas. Essa associação de grande riqueza biológica e intensa pressão humana é o que faz da Mata Atlântica um hotspot, ou seja, um dos 34 lugares do planeta mais importantes para preservar a biodiversidade. À diversidade biológica da Mata Atlântica corresponde também uma grande multiplicidade cultural, com diversos grupos de pessoas vivendo no bioma. São homens e mulheres com um modo de vida intimamente ligado ao meio ambiente, como jangadeiros, caipiras, pescadores artesanais, caiçaras, ribeirinhos, quilombolas e índios. É em torno do bioma que vive a maior parte da população brasileira e estimativas indicam que há 110 milhões de pessoas nas suas regiões de domínio. É o ecossistema mais ameaçado do país e também o que tem vínculo direto com a vida das pessoas, e nós podemos estar perdendo uma série de benefícios e oportunidades para uma boa qualidade de vida se não cuidamos dele. No Rio Grande do Sul – Dados da ONG SOS Mata Atlântica, obtidos em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indicam que existem 976.959 hectares de florestas da Mata Atlântica no Estado, o que corresponde a praticamente 905 mil campos de futebol. Isso representa pouco mais de 7% dos mais de 13 milhões de hectares que existiam originalmente.

São partes da:

floresta ombrófila densa (floresta atlântica);
floresta ombrófila mista (floresta com araucárias);
florestas estacionais decidual e semi-decidual (que perdem as folhas); matas de restinga (paludosas e sobre dunas).

Além disso, a Mata Atlântica do Rio Grande do Sul é formada pelos campos de altitude e seus banhados, pelas demais vegetações de restinga e áreas úmidas associadas.
Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

Informações: SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente / RS

Vídeo sobre a preocupação com a Mata Atlântica, e muito interessante para assistir:

http://www.youtube.com/watch?v=9hSxMxi4kG0

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