O QUE É UM EQUINÓCIO? CONHEÇA O FENÔMENO QUE MARCA O INÍCIO DA PRIMAVERA



22/09/2018

Os equinócios são observados há milhares de anos, desde quando antigas civilizações utilizavam a astronomia na organização de suas sociedades  

Você já ouviu falar em um equinócio? Ou, talvez, no fenômeno astronômico chamado solstício? Os dois são os responsáveis por marcar o início de novas estações do ano, e neste sábado (22), um equinócio acontece exatamente às 22:54, horário de Brasília, para determinar a entrada da primavera no hemisfério sul.

Os equinócios acontecem duas vezes por ano, em março e em setembro, e determinam a entrada do outono e da primavera , como acontece hoje. Mas você sabe o que isso significa? De acordo com Tânia Maris Pires Silva, coordenadora do Planetário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o fenômeno "é o momento em que o Sol incide com maior intensidade sobre as regiões que estão próximas da linha do Equador".

Assim, o Sol passa exatamente no meio da Terra e os dois hemisférios do planeta - norte e sul - recebem a mesma quantidade de luz, o que resulta em dias quase simétricos, o que já é anunciado pela origem da palavra: afinal, 'equinócio' vem do latim  aequinoctium, que une aequus: igual; e nox: noite.



São aproximadamente 12 horas de período claro e outras 12 horas para a escuridão. Assim, a partir deste momento, a estação do ano mudou: se aqui no Brasil o inverno ficou para trás, os países do hemisfério norte, neste sábado, presenciam a entrada do outono.

Este evento pode ser explicado por dois fatores interligados: o movimento de translação da Terra e a inclinação de seu eixo. Como o planeta está em constante movimento ao redor do Sol em um eixo inclinado, os raios solares vão incidir de formas diferentes, ao longo do período de um ano, sobre a superfície terrestre, como explica a ilustração acima. 

Como observar um equinócio 

As antigas civilizações usavam a astronomia e, em especial, os movimentos solares, para diversas funções - inclusive para organizar alguns setores da sociedade. "A observação cotidiana e contínua do Sol permitiu aos antigos identificarem e qualificarem a duração do ano, percebendo que as mudanças climáticas e os ciclos da natureza estavam associados", explica a professora adjunta do departamento de astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Daniela Borges Pavani. 

Foi assim que civilizações como os Maias, na América, dentre outras, perceberam e marcaram quatro dias específicos durante o ano, que representavam momentos de transição, justamente os equinócios e solstícios.

Hoje em dia, é possível usar as mesmas técnicas do passado para identificar esses eventos. Uma maneira simples, segundo Tânia Maris Pires Silva, é observar o sol no horizonte. Durante um equinócio, a estrela vai nascer exatamente no ponto cardeal leste e se pôr no ponto cardeal oeste.

Outra maneira de perceber um equinócio, complementar à primeira, é fincar uma vara perpendicularmente no solo e, pouco a pouco, marcar o comprimento de suas sombras com a ajuda de cordas. Assim, a figura formada nos permite obter as direções do pontos cardeais para podermos identificá-las nos dias de transição - equinócios e solstícios - como explica Pavani, também diretora do Planetário da UFRGS, que realiza hoje a Celebração Intercultural da Primavera, com atividades para o público geral, escolas e grupos.

E os solstícios?

O verão e o inverno, por outro lado, são marcados por um outro fenômeno astronômico, também relacionado à movimentação da Terra e à inclinação de seu eixo. Os solstícios, que acontecem nos meses de junho e dezembro, ocorrem quando um hemisfério recebe mais luz solar do que o outro, evento oposto ao que dá início ao outono e à primavera.

Fonte: Portal Gazetaweb.com


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