GUTERRES: "DESCENDENTES DE ESCRAVOS DEIXARAM SUA MARCA"

Guterres disse que o legado da escravidão continua e que o mundo ainda 
tem que vencer o racismo. Foto: Banco Mundial/Dominic Chavez

27/03/2017

ONU marca o Dia da Lembrança das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos neste 25 de março; chefe da ONU disse que esse tipo de prática persiste e que o mundo ainda tem que vencer o racismo.

Eleutério Guevane, ONU News em Nova Iorque.*

A Assembleia Geral da ONU realizou uma sessão especial na véspera do Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos, este 25 de março.
O secretário-geral, António Guterres, disse na reunião que em todos os campos da atividade humana podem ser vistas as contribuições de afrodescendentes.

Legado

O chefe da ONU afirmou que os descendentes de escravos deixaram sua marca como inventores, economistas, juristas, autores, acadêmicos, artistas, atletas, políticos e líderes de direitos civis.
Este ano, o tema das celebrações da data é "Reconhecendo o legado e as contribuições das pessoas de ascendência africana".

Sobre a escravatura, Guterres disse que nunca deve ser esquecido o "capítulo negro da história humana" e citou o seu país, Portugal, ao recordar o papel de várias nações na maior migração forçada da história.

Sobre esse período, o secretário-geral citou ainda o que chamou de "promulgação de leis vergonhosas e  roubo da dignidade e da vida de muitos milhões de pessoas".

Racismo

Guterres disse que o legado da escravidão continua e que o mundo ainda tem que vencer o racismo.
Para o chefe da ONU, muitos países ainda sofrem de padrões econômicos e decisões tomadas há muito tempo. Ele destacou que várias famílias ainda sentem intensamente o trauma imposto aos seus antepassados e por isso defendeu o reconhecimento da dor desse legado hoje.

Guterres declarou que a escravidão do passado foi abolida mas outras formas surgiram, como o tráfico de seres humanos e o trabalho forçado ou escravo.

Prêmios Nobel

Falando de realizações da diáspora africana ele citou Mae Jemison,  a primeira afro-americana que chegou ao espaço, Ralph Bunche como o primeiro afro-americano vencedor de um Prêmio Nobel da Paz.

Ele recordou também o poeta e prêmio Nobel da Literatura, Derek Walcottn, que morreu há uma semana na Ilha de Santa Lúcia.

Guterres encerrou o pronunciamento com um apelo à união contra o ódio no que chamou de "momento de crescente divisão". Ele pediu que seja construído um mundo de liberdade e dignidade para todos.

*Apresentação: Edgard Júnior.

Fonte: Rádio ONU

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