Dia do Agricultor: reflexões sobre a produção de alimentos

Atividade alimenta os brasileiros dia após dia
Crédito: Arquivo/FS

28/07/2015
  
Comemora-se hoje, em todo o Brasil, o Dia do Agricultor. A data não será celebrada com desfiles, pronunciamentos, festejos e eventos diversos, mas sim, com a mesma rotina de sol a sol: muito trabalho. É essa rotina que faz com que o Brasil seja um dos principais produtores de alimentos no mundo.

Esse cenário só é possível pela vocação que o país tem com a agricultura. Independente da cultura semeada no campo e do tamanho da produção, seja ela do agronegócio ou de âmbito familiar, o Brasil cresce no setor pela união de duas palavras: trabalho e inovação. Conjunto de ações que trazem resultados importantes para o desenvolvimento de uma região, como aponta o produtor e presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé, Ricardo Zago.

Conforme o dirigente, a introdução e adaptação de tecnologias, nos últimos 10 anos, fez com que a região de Bagé e municípios vizinhos alcançassem destaque mundial em produtividade por hectare de arroz. “Isso só se confirma porque há um constante retorno do que se ganha para mais investimento em tecnologia”, salienta Zago.

Para o produtor, a data de hoje é representativa, pois serve para mostrar a população que, por trás do dia a dia da população, está o agricultor que produz alimentos. “Não tem intempéries que afete o produtor na sua missão. Não tem nada que faça com que ele pare a produção de alimentos, além de gerar progresso para a região”, reforça.

Desafios
No entanto, Zago reitera que, hoje, o principal problema que os agricultores de Bagé enfrentam está na situação das estradas rurais. Os problemas de acessibilidade das vias às propriedades, dificultam o trânsito e o próprio escoamento da produção. A situação, reclamada ano após ano, gera por vezes um desestímulo na continuidade da produção agrícola. “Muitos produtores estão deixando de plantar em determinadas áreas por conta do acesso péssimo das estradas rurais. Além disso, essa situação provoca um encarecimento para produzir e o resultado é um alimento mais caro”, pontua.

Mesmo com esses entraves, o dirigente reforça o constante otimismo e esperança do agricultor para enfrentar os novos rumos. A soja é apontada por Zago como um novo desafio para a região, que com muito trabalho, trará novas perspectivas de desenvolvimento. “Ainda não temos o mesmo resultado que já alcançamos com o arroz em termos de produtividade consolidada. Mas não tenho dúvidas que, com o trabalho, iremos progredir ainda mais nessa área porque o agricultor sempre está animado e mantendo a esperança”, frisa.

Integração na Campanha
Essa perspectiva de unir cada vez mais a agricultura com a pecuária – atividade tradicional de nossa região – é defendida pelas empresas ligadas ao meio rural. O empresário Henrique Campagnol, da Probajé Sementes, em recente entrevista ao FOLHA do SUL, destacou que a ação de conciliar a pecuária com a lavoura de soja através da ILP (Integração da Lavoura-Pecuária), sendo bem conduzida, favorece o desenvolvimento regional.  “Pensando num sistema de produção onde ocorram benefícios mútuos para ambas as atividades e, consequentemente, uma maior lucratividade para o empresário rural através da otimização de recursos. Já existem muitos produtores se beneficiando dessa prática, porém há, ainda, muitos desafios para serem superados”, relata o empresário.

Produção familiar: 84% do que é consumido no país
É imperativo ressaltar a importância da agricultura familiar para o país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agricultura familiar está em 84% dos estabelecimentos agropecuários e responde por aproximadamente 33% do valor total da produção do meio rural. Essa importância para o prato diário do brasileiro é ressaltada pelo coordenador regional da Sindical Fronteira da Fetag, Mílton Brasil. “É uma data importante porque demonstra, também, o valioso trabalho feito pelo público da agricultura familiar, seja com o setor hortigranjeiro, produção de leite e até de arroz. Esse público precisa ser lembrado cada vez mais pelos órgãos do governo porque, atualmente, existem muitas linhas de crédito para serem acessadas, porém as garantias e exigências ainda são um empecilho para que o agricultor familiar aumente sua produção”, repercute Brasil. O dirigente ainda complementa que o setor, para a região, com grande número de agricultores familiares, deve ser sempre valorizado. “Há o trabalho voltado para as escolas, cuja merenda é produzida pelos agricultores familiares da região, além disso, a sociedade brasileira, quando consome essa produção, acaba consumindo produtos mais naturais e com pouco uso de agrotóxicos”, conclui Brasil.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para  a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado no último dia 15, o Brasil será o principal exportador de alimentos do mundo na próxima década.



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